Sweet 17-Capítulo 1

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    17... 17 parecia uma data para se comemorar grandiosamente como a véspera do Natal, afinal era  "véspera" dos seus tão esperados 18 anos. Parecia uma piada de mal gosto que a sua tão sonhada "independência" fosse agora motivo de de tristeza e mau humor.

Sempre fora uma criança sonhadora e esperançosa, mas isso eram outros tempos onde todas as suas ilusões e fantasias se sobrepunham aos factos e realidade que os seus pais duramente lhes mostravam. Isso fora realmente motivo de grandes e dolorosas discussões que pareciam nunca ter fim e nenhum outro objetivo senão magoar, talvez não pelo que eles diziam mas pela forma como lhe diziam, sem dó, as tristes realidades que um dia enfrentaria. De todas as histórias que havia criado, nenhuma parecia ser "baseada em factos reais" o suficiente para eles e com o tempo acabaram por ser motivo de desilusão da própria pela mesma razão... acho que ainda não a apresentei... Emma, o seu nome era Emma.

Era uma jovem fácil de caracterizar, considerada bonita pela maioria ainda que sem nenhum traço que se destacasse realmente, pele extremamente pálida que contrastava vivamente com os seus cabelos curtos e negros e seus olhos de um castanho escuro, extremamente sorridente e sempre bem disposta, bondosa demais e deveras amável, sempre pronta a contar piadas que toscamente inventava e que, por mais estranho que pareça, sempre tinham sucesso no roubo de uns sorrisos e algumas boas gargalhadas, tinha um bom senso de humor, porém às vezes questionava se fazia aquelas piadas para alegrar os outros ou a si mesma. Esta pessoa que os seus colegas de classe conheciam era de facto Emma, mas não inteiramente, ela não era nenhuma agente super secreta ou tinha várias personalidades porém também não era um poço de felicidade nem de good vibes, na maioria das vezes era uma miúda mal humorada que passava a maior parte do tempo aborrecida ou zangada com alguma coisa que não merecia tanta importância assim ou então empolgada com algum novidade que rapidamente se tornaria irrelevante , o facto é que ela sabia que a pessoa respondona, fria e sem empatia por outros era frequentemente forte demais para as pessoas à sua volta tolerarem ou sequer suportarem, então colocava um sorriso na cara quase que digno de propaganda, evidenciando as suas covinhas que insistiam em aparecer nas suas grandes bochechas,que usava durante o dia como um simples par de brincos.

Não tinha nenhum grande motivo para ser uma pessoa tão aborrecida com tudo mas segundo ela também não tinha nenhum grande motivo para ser excessivamente feliz ou ter grandes esperanças para o seu futuro tão desejado antigamente, claro que não podia ser ingrata, admitia que tinha tudo o que precisava e poderia querer e não é que isso não lhe fosse suficiente mas realmente parecia que algo lhe faltava.

As suas abundantes questões e reflexões sobre quem ela realmente era ou o que seria um dia podiam se revelar completamente inúteis dependendo das suas escolhas e Emma sabia disso, ela sabia... faltava por volta de um mês e meio para um novo ano escolar começar, talvez tudo acabasse com ele mas talvez tudo começasse.

Segunda MorteWhere stories live. Discover now