Capítulo 4 | Acordo

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As sobrancelhas de Triz se franziram em dúvida, como se ela não houvesse entendido o que eu acabara de dizer

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As sobrancelhas de Triz se franziram em dúvida, como se ela não houvesse entendido o que eu acabara de dizer.

Mas ela havia entendido. Tanto que se colocou de pé de imediato, sua estatura alcançando só alguns centímetros a mais que meus ombros.

— Como assim quer entrar para os Rebel Hawks? — me indagou, seu cenho carregado de dúvida.

O jeito como ela me encarava me fez perceber que cometi um grande erro ao propor isso. Parte de mim já estava pronta para desistir dessa ideia que era absolutamente maluca desde sua concepção. Mas eu não desistiria, eu tinha um objetivo e uma motivação.

Motivação essa, que estava tão intrínseca na minha mente, que me fez ser capaz de querer levar toda essa maluquice adiante.

— É exatamente isso — eu disse a ela, tentando transmitir bastante firmeza e confiança. — Vou ajudar com o que me pediu, mas em troca quero fazer parte dos Falcões.

O cenho de Triz continuou franzido enquanto ela descruzava os braços e apoiava as mãos na altura dos quadris, seu olhar me estudando demoradamente. Fez uma bola de chiclete que estourou, antes que ela desse de ombros e voltasse a cruzar seus braços.

— Foi mal, mas isso não vai rolar. Peça outra coisa.

— Não tenho mais nada para pedir em troca, só quero entrar para o moto clube.

— Mas acontece que não é assim que funciona. Não pode simplesmente decidir entrar para os Rebel Hawks e do nada... entrar. Somos um clube de motoqueiros, temos regras, costumes, uma reputação. E até onde sei, você nem tem uma moto.

Droga... Esse último argumento me deixou sem resposta.

A menos que o moto clube abrisse exceções para bicicletas, o que eles claramente não fariam, eu não teria como contestá-la. A moto era mesmo um artigo importante, na verdade, o principal para se conseguir entrar em um moto clube.

— Olha só... — ela continuou. — Se não tá a fim de fazer o serviço que eu pedi, tudo bem, só vamos esquecer isso. Mas não venha querendo propor condições sem o menor cabimento, como essa.

Triz pegou sua mochila da arquibancada e passou por mim, descendo os degraus e dando a entender que o assunto estava encerrado.

Só que não estava. Por isso eu a segui arquibancada a baixo.

Eu precisava convencê-la a me ajudar nisso, mesmo que parecesse completamente ridículo. Por que eu precisava, pelo menos de algum jeito, impressionar Hope o suficiente para que ela enfim pudesse me enxergar. Se esse era o tipo de cara que ela queria, eu poderia me tornar esse tipo. Entrar para os Rebel Hawks, grupo o qual ela parecia nutrir certa admiração, poderia ser a minha chance.

Talvez fosse uma ideia ridícula. E... a quem eu estava enganando? Era mesmo ridícula pra caralho e totalmente movida pelo impulso, e provavelmente se eu parasse para pensar a longo prazo, não levaria nada disso adiante. Entretanto, talvez, de algum jeito e se eu desse alguma sorte, pudesse funcionar.

BBG #1 | COMPLETO NA AMAZONWhere stories live. Discover now