Capítulo 3 | Garotas e caras maus

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— Eu preciso da sua ajuda — Triz finalmente falou

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— Eu preciso da sua ajuda — Triz finalmente falou.

Meus dedos pararam de tamborilar na mesa.

— Minha ajuda... com o quê?

— Eu ouvi dizer que você é bom com computadores. Isso é verdade? — Seu olhar, que já era bastante sério, conseguiu se tornar ainda mais cortante quando ela estreitou minimamente os olhos em minha direção.

Lancei uma olhadela na direção da mesa em que Jonathan e Billie estavam, a poucos metros de nós, e bem como eu imaginava, eles ainda nos observavam.

— Bem... sim... — afirmei meio incerto.

Triz assentiu.

Ela recostou seu corpo na cadeira e seus braços se cruzaram. Quando ela encarou algo além de mim, eu sabia que olhava para seus amigos na outra mesa, como se algum tipo de comunicação visual rolasse entre eles nesse espaço de tempo.

— Primeiro... — ela me fitou novamente. — Eu quero deixar claro que o que eu vou dizer aqui, precisa ficar apenas aqui. Não pode falar sobre isso com ninguém e eu estou falando muito sério.

— Eu não vou dizer nada a ninguém — garanti, estranhando o teor da conversa.

— Você entende de informática, segurança de informações e essas coisas, certo? — me perguntou.

— Er... sim — respondi, mas algo me fazia pensar que eu deveria ter dito não.

Triz assentiu. Descruzou seus braços e os apoiou sobre a mesa, ficando agora mais próxima de mim.

— Eu vou tentar ser direta. De acordo com as informações que coletei com boa parte do pessoal do clube de informática do colégio, você é quem melhor entende disso e até ganhou uma maratona de hackathon, invadindo um banco de dados proposto pelo desafio, na última feira de informática. E eu preciso de alguém que invada o sistema do colégio e altere algumas notas no final do semestre.

— O quê?

Fiquei surpreso pela ousadia dela em me pedir um favor tão comprometedor, sendo que mal nos conhecíamos. E também, surpreso porque Beatrice Crawford não era o tipo de aluno que precisaria desse tipo de favor. Apesar de nunca termos trocado nenhuma palavra no colégio, eu sabia que ela tirava notas muito boas — não apenas boas. Excelentes, na verdade — graças às várias aulas que tivemos em comum nesse ano e no anterior. Beatrice era aplicada e inteligente, tinha um boletim mais azulado que o céu que cobria Avenue Hill.

Talvez a alteração de notas nem fosse para o boletim dela, poderia ser um favor a Billie e Jonathan, que nos assistiam da outra mesa. Mas sinceramente, isso não importava. Era loucura de qualquer jeito.

— Eu não posso fazer isso.

— Não pode ou não consegue? — sua sobrancelha se ergueu. Estava me desafiando, e eu saquei qual era o seu truque.

BBG #1 | COMPLETO NA AMAZONWhere stories live. Discover now