Capítulo 32

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A permanência de Umbridge em Hogwarts estava causando um clima de tensão pior do que no ano da fuga de Sirius Black, a Câmera Secreta e do Torneio Tribuxo. A presença da mulher era uma lembrança constante de que o olhar do Ministério estava sobre eles, os julgando, os repreendendo, os condenando. Era opressão feita de forma velada e sob a desculpa de que era exercida para o bem dos alunos. Ainda sim, a vida seguiu em Hogwarts, de forma desagradável e desconfortável. E fora a presença de Umbridge, ainda havia os NOM’s, o que estava deixando todos os quinto-anistas em um estado de nervos completo. 

— O que vocês estão fazendo? — Dallas perguntou ao entrar na sala comunal da Sonserina ao final do dia de aulas e ver Daphne, Millicent, Blaise, Theodore, Pansy e Draco cercados por livros e pergaminhos. Crabbe e Goyle enchiam as caras de guloseimas, como sempre, e estavam completamente alheios ao grupinho com olhares desesperados e rostos pálidos. 

— O que você acha que estamos fazendo? Estamos estudando para os NOM’s. — Daphne respondeu, avessa. O mau-humor também estava sendo uma constante para os alunos do quinto e sétimo ano, que também estavam sofrendo com os testes de avaliação do Ministério, mas no caso deles eram os NIEM’s.

— Ainda temos meses para os NOM’s… — Dallas tentou explicar. 

— E por isso mesmo já estamos atrasados! — Millicent respondeu com um leve tom histérico na voz. — Deveríamos ter começado a estudar desde o ano anterior, mas o Torneio Tribruxo tirou o nosso foco. — Dallas riu diante do ridículo da situação e recebeu olhares atravessados de todos os colegas. 

— Eu não sei porque vocês estão se dando ao esforço. Todos são herdeiros de ricas famílias sangue-puro. O futuro de vocês já está garantido, não precisam de uma avaliação idiota do Ministério para dizer a vocação profissional de vocês. — Dallas explicou e ainda sim os olhares permaneceram intactos. 

— Você mesma disse: somos herdeiros de ricas famílias sangue-puro. Temos um nome a zelar e não é tolerável que só porque o nosso futuro já está garantido, que tiremos notas baixas nos NOM’s. — Draco esclareceu. — Você deveria fazer o mesmo. 

— Na verdade não. Eu não sou herdeira de família rica, eu faço parte de uma família rica. E mesmo que fosse herdeira, a minha família rica de linhagem nobre é trouxa, os NOM’s não significam nada para eles. — com essas palavras de despedida, ela tomou o caminho para o seu dormitório para guardar o seu material e seguir para o jantar. Draco a parou no meio do percurso ao segurá-la pelo braço.

— Você ainda é uma Black. A mais antiga e tradicional família sangue-puro do Reino Unido. — ele a avisou e Dallas o olhou longamente, de forma acusadora.

— Quantas pessoas, exatamente, sabem que eu sou uma Black? — a expressão de Draco de um peixe fora d’água ao ser pego de surpresa com esta pergunta, e a falta de resposta que esta tinha, foi realmente hilária. — Pois é. Se quase ninguém sabe que eu sou uma Black, eu não tenho que manter a reputação de família alguma. Além do mais — ela soltou-se da mão dele. — eu sou brilhante. Não preciso dessa paranoia toda para gabaritar os NOM’s. — e esta era uma verdade. Dallas vinha absorvendo praticamente tudo o que era possível aprender sobre o mundo mágico desde que entrou em Hogwarts, os seus conhecimentos estavam além dos níveis testados pelos NOM’s, pelos NIEM’s até, então ela tinha a certeza de que não precisaria preocupar-se com nada. E, ainda sim, a paranoia dos sonserinos estendeu-se para toda a escola.

Quando entrou na biblioteca ao final da tarde do dia seguinte, foi para ver o lugar abarrotado de alunos. Granger sozinha ocupava uma mesa de quatro lugares de tanto livro que tinha espalhado sobre o tampo desta. Dallas identificou Patrick entre um grupo de corvinais, lufa-lufas estavam amontoados em grupos de quatro a seis alunos por mesa, discutindo em voz baixa e trocando pergaminhos com anotações. Sonserinos do sétimo ano estavam nas mesas sob as janelas, e as arrumou de forma a criar um círculo desajeitado de cadeiras e mesas. Dallas aproximou-se da bancada onde Madame Pince estava sempre empoleirada. A bibliotecária observava o seu domínio com a atenção de uma águia e o orgulho de alguém que gostava da ideia de finalmente ver aquelas crianças de cabeça oca usarem os livros para alguma coisa além de escorar pé de mesa bamba.

Entre ExtremosWhere stories live. Discover now