Epílogo

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Ao abrir os olhos pisco algumas vezes até me acostumar com a claridade. Sinto minhas pálpebras pesadas, como se tivesse que obriga-las a ficarem abertas.
O baixinho som de um bip chama minha atenção, me fazendo virar a cabeça lentamente a sua procura.
No mesmo instante que encontro de onde vem o bip, percebo que estou em um quarto de hospital, no entanto, não é isso que me intriga. A um homem de terno azul marinho e cabelos castanhos dourado, adormecido em uma poltrona ao lado da minha cama, sua cabeça repousa em um canto do meu colchão, e sua mão segura a minha com gentileza.
Mexo meus dedos com cuidado tentando me soltar da sua mão sem acorda-lo.
Não entendo porquê me preocupo em não acordá-lo, afinal eu estou aqui e não a menor ideia do que eu fiz para chegar neste hospital.
A porta do quarto se abre, Micaela entra por ela, meu primeiro impulso é chamá-la, e pedir explicações. Mas apenas encaro o homem adormecido despertar, seus olhos são azuis intensos e sua grande barba cobre boa parte de seus lábios carnudos.
O homem esfrega as mãos nos olhos e se levanta e caminha até minha irmã.
— Vá para casa Michael. — disse ela.
— Eu não quero deixá-la sozinha. — ele suspira.
— Eu estou aqui, não estou?
— Eu não quero ir, Micaela. — disse ele rouco.
— Já faz três semanas Michael, você precisa tomar um banho, comer alguma coisa que não seja comida de hospital, não dá para ficar assim. — minha irmã chia, ela parece estar irritada pelo seu tom de voz.
— Vou me despedir. — o homem se rende.
Ouço passos vindo em minha direção, e preciso me esforçar para manter os olhos abertos. O homem para no mesmo instante quando me vê encara-lo, sua aparência é deplorável, mas seus belos olhos azuis brilham intensamente.
Ela acordou.

Onde está a Felicidade? (DEGUSTAÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora