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Mariana x
Quinta-feira, 03 de Dezembro

Tirei a calça que eu costumava usar e joguei no armário bufando.

Era a primeira calça que ficava me apertando.

Se as minhas contas estiverem certas, e eu sabia que estavam já que eu sei o dia em que fiz a inseminação, eu ia completar três meses em algumas semanas.

Hoje antes de eu ir trabalhar nós iríamos à primeira consulta do bebê, eu estava ansiosa e Billie também. Ela demorou uma eternidade para dormir ontem e eu imagino que era por isso.

Era nessa consulta que veríamos se as coisas estavam certas comigo e com o bebê e veríamos também se não tem nenhuma complicação com a minha gestação.

Estava olhando meu corpo e a bolinha que estava crescendo cada dia mais na minha barriga quando ouvi alguém batendo na porta do quarto.

Fui atender e me surpreendi com Louise na porta, ela mexia as mãos parecendo estar desconfortável.

— Bom dia, Lou. Tudo bem? —

— Sim... Quer dizer, não... É que... — ela fez um movimento com a mão apontando para a sua barriga.

Franzi o cenho não entendendo os sinais.

— Eu não entendi —

— Eu estou... — ela fez o movimento de novo.

— Não precisa ter vergonha, Lou. Pode falar. Não 'tô entendendo o que está querendo me dizer —

Louise pareceu pensar um pouco e respirou fundo.

— Eu 'tô naqueles dias, que... Você sabe, sai sangue de mim — ela disse muito baixo e eu quase não pude ouvir.

Mas, eu consegui entender o que ela dizia e me senti envergonhada de não ter entendido seus sinais. Foram um pouco óbvios.

— Ahhh! Eu sinto muito mas, eu uso tampão... Usava... E eu acho que não dá pra você usar —

É claro que não dá, Mariana. A menina tem catorze anos.

— Oh, eu... Desculpe —

— Não, não. Eu acho que a Billie tem. Vou acordar ela. Pode entrar — Louise entrou no quarto e eu fui em direção da minha esposa.

A balancei algumas vezes, mas ela não acordava, chamei seu nome diversas vezes.

— Billie, amor. Preciso de você — me sentei em sua bunda pulando algumas vezes.

— Sai, sua gorda — Billie disse rindo.

Eu não sei se eram hormônios ou o fato de eu estar realmente engordando, mas aquelas palavras me atingiram de um jeito diferente.

Quando eu fui perceber, já estava chorando no banheiro do nosso quarto.

Ouvi os passos de Billie correndo até o banheiro e batendo algumas vezes na porta.

— Amor, você sabe que eu estava brincando. Abre a porta por favor! —

Eu não dei ideia, apenas fiquei sentada no vaso sanitário e chorando.

— Amor? — a porta se abriu e senti Billie se aproximando.

Maldita chave reserva.

— Ei, eu falei brincando, você não 'tá gorda e eu acho que isso não deveria ser um insulto ou uma coisa ruim —

— Eu sei, eu só... Você se apaixonou por mim quando eu era magra e eu tenho medo de ficar gordinha e você não... Sentir mais atração por mim —

Los Angeles •Billie Eilish• ✅Where stories live. Discover now