Drowned in you

This is not a date- parte 1

  Noah POV

Um quebra cabeça. Era isso que Sina representava para mim, um emaranhado de peças sem sentido que eu não sabia onde encaixar. Mas ao mesmo tempo era tão bom.... era tão bom estar na presença daquela garota confusa. Mesmo que mal nos conheçamos eu sinto que ela é a única com quem eu posso ser eu mesmo. Sem filtros ou mascaras. Só o Noah. 
  Ela estava sentada na minha frente naquele exato momento mordendo os lábios em concentração. Já tinha notado esse habito que a garota praticava com frequência e que só faltava me deixar maluco. Tudo o que  queria era me esticar e passar os dedos por aqueles lábios rosados. Tudo o que eu queria era me inclinar e beija-la.
- Está tudo bem? - Não tinha percebido, mas a alemã havia levantado os olhos e me encarava com curiosidade e desconfiança. Outro aspecto de sua personalidade. Sina era extremamente desconfiada.
- Claro, porque não estaria?
- Você estava me encarando. - Ela respondeu, se remexendo desconfortavelmente e voltando os olhos para os papeis espalhados pelo assoalho.
- Não estava não. - Respondi, por mais que fosse obvio que eu estava. Sabia que contraria-la a deixaria irritada. E eu simplesmente amo quando Sina fica irritada.
- Bom Noah, você estava claramente encarando. - Ela respondeu, em um tom bufado. Ela estava começando a ficar brava, pelo modo como seus ombros se tencionaram.
- Você deve estar mesmo querendo muito chamar minha atenção para inventar uma coisa dessas. - A provocação teve exatamente o mesmo resultado que eu esperava. Suas bochechas ficaram coradas de raiva e um pequeno sulco se formou entre suas sobrancelhas quando elas se franziram.
- Está me chamando de louca ou essa foi só mais uma coisa que eu imaginei por acaso? - O tom de sua voz ficou ligeiramente mais alto. Conseguia ver em seus olhos como ela queria se jogar sobre mim e me estrangular. E não consegui evitar a risada. Era impressionante como era fácil provocar Sina.

- Você se deixa levar muito facilmente não é loirinha? - Seus olhos se reviraram tanto que achei que fossem pular das orbitas. 

- Já te mandei não me chamar assim. 

- Desculpa. Você se deixa levar muito fácil não é Lizzy? - Reformulei a pergunta trocando um apelido que ela odiava por outro que ela odiava ainda mais.

- Porque ainda insiste com esse apelido ridículo, agora que já sabe meu nome? 

- Gosto dele. - Respondi, apenas. Não estava mentindo, eu realmente gostava. O apelido parecia feito para ela.

- Porque me deu esse apelido para começo de conversa? 

- Achei que já soubesse o porque. - Ela suspirou impaciente e desistiu de vez de tentar se concentrar no trabalho.

- Eu sei que foi por causa da personagem Noah. Mas não acho que tenha escolhido justo aquela personagem só porque eu estava convenientemente lendo o livro em que ela aparece. Se fosse só por isso, duvido que insistiria em continuar me chamando assim. Provavelmente encontraria outro apelido irritante mais relacionado ao meu nome. - E mais uma vez, ela tinha razão.

- Não escolhi seu apelido, que é incrível alias, só porque você estava lendo orgulho e preconceito quando nos conhecemos. Escolhi porque te acho parecida com Elizabeth Bennet. 

- Acha é? E eu posso saber porque? - Dei de ombros. Parecia só muito obvio para mim.

- Vocês duas são afrontosas, cheias de si, tão teimosas que chega a ser insuportável, falam o que pensam sem se importarem com o que vão achar de vocês. E obvio, as duas gostam de ler.

- Não sabia que conhecia tão bem orgulho e preconceito. Você não parece o tipo de cara que lê esse tipo de livro. 

- Sinceramente, de todas as pessoas, eu esperava que você fosse a ultima a julgar alguém pelas aparências. - Vi que a atingi pela forma como sua postura ficou tensa e seu rosto momentaneamente lívido.