Calls

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Noah Pov

  - Acho que podemos por a parte de estatísticas aqui... - Sina estava com o rosto apoiado na mão, olhando fixamente para a tela do seu computador. Seus olhos estavam vidrados e brilhantes e ela mordia os lábios rosados em sinal claro de concentração. Ao contrario de mim ela parecia bem determinada a conseguir fazer com que aquela apresentação atingisse a perfeição. Já fazia mais ou menos uma hora que minha cabeça estava em outro mundo e eu não estava prestando atenção em nada do que ela dizia, apenas observava o movimento de seus lábios enquanto ela falava ou como ela revirava os olhos verdes quando eu falava alguma merda. 

- Noah você está me ouvindo? - Fui trazido de volta a realidade com sua voz carregada de nervosismo e aparente cansaço. 

- Claro. - Tentei soar o mais confiante possível e abri um de meus sorrisos irresistíveis. 

- Ah é? Então o que foi que eu acabei de falar? - fechei os olhos com força vasculhando no fundo da minha mente algo que ela tivesse falado, mas acabei só encontrando um monte de nada. Minha cabeça estava em branco. Merda. - Olha só, eu cansei ok? Não estou fazendo isso por mim, então o mínimo que você pode fazer é prestar atenção no que eu digo. - Ela estava obviamente muito brava, mais do que ela costumava ficar comigo.

- Também não estou fazendo isso por mim. 

- Bom, então é por quem? Eu não vejo como um cargo de CO pode te prejudicar. É muito dinheiro para você administrar sozinho? - Eu bufei. Ela sempre batia na mesma tecla, falando do meu dinheiro, da empresa ou do meu pai. Eu sinceramente não entendia essa garota.

- Não interessa por quem. - Não estava nem um pouco disposto a me abrir para Sina e falar sobre a minha relação fudida com o meu pai seria o primeiro passo para o que eu quero evitar. Ela emitiu um "Hum" e deu um sorriso cínico. Conseguia ver em seus olhos o quão patético ela me achava e isso me irritava. Não por ela me achar um idiota, porque eu era, mas por eu não saber o porque. Desde que a conheci ela me olha com a mesma expressão cínica, fazendo o máximo para me mostrar o quão babaca eu era. Não que eu me importasse. Pelo menos não muito. - O que acha de mim? - Seus olhos, que já tinham se voltado para o computador novamente, me observaram com um ar inquisitivo e confuso.

- O que? 

- O que acha de mim? Sabe, suas primeiras impressões. - Ela levantou uma das sobrancelhas e eu me amaldiçoei por um momento por ter me deixado levar pela curiosidade. - Vamos lá Lizzy, não precisa ter vergonha de falar. Eu sei que eu sou lindo. - Sua sobrancelha se elevou ainda mais e ela deu um sorriso de sarcasmo. 

- Ta legal, se você insiste. Te achei convencido, um babaca, cínico, egoísta, irritante... Hum, preciso continuar? - Revirei os olhos.

- Porque acha isso? - Ela me olhou. Podia ver seus olhos cheios de desconfiança e confusão pelas minhas perguntas repentinas e aleatórias.

- Está fazendo muitas perguntas Urrea. Devíamos voltar a trabalhar. - Ela se remexeu e pude perceber com clareza o quão tensos seus músculos ficaram depois de minha pergunta. 

- Talvez seja porque você gosta de mim. 

- Ou talvez seja porque você é realmente um babaca. - Ela deu um sorriso debochado sem mostrar os dentes.

- Vou ficar com a primeira opção. - Peguei um dos papeis da mesa, já preenchido com sua caligrafia perfeita e comecei a ler, tentando entender em que parte da apresentação estávamos. Escutei ela se remexer meio inquieta, rodando os ombros para frente e para trás e enrolando os cabelos na ponta dos dedos. Estava extremamente satisfeito por tê-la deixado inquieta. Sabia muito bem que ela não ficaria feliz em ter deixado a palavra final comigo, o que nos levaria a...

Drowned in youWhere stories live. Discover now