// Notas da Autora - Pós-Livro

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Devaneios de Lua - Páginas Vazias

Bem, se você chegou aqui, imagino que tenha terminado de ler o livro. Esse é um pequeno"bônus" que quero deixar para aqueles que se importam um pouco com a artista por trás da obra. Eu só vou comentar sobre o processo de criação do livro e meus pensamentos em geral, então não se preocupe em ler isso se você só quer um pouco mais de Páginas Vazias.

É apenas um desabafo, nada mais. Não sei, sinto que é bem menos solitário quando eu posso simplesmente chegar aqui, após o fim da história, e falar sobre meus pensamentos. Não é só um aglomerado de palavras, sabe? Todo livro tem uma jornada por trás. Então esse "bônus" é apenas isso, ok? Nada demais, nenhuma revelação, nenhum segredo, nenhuma cena extra.

Então vamos falar sobre drama adolescente. Se você já leu alguns textos meus, provavelmente já reparou que eu tenho uma temática bem puxada pra esse lado, drama, romance, vida social, essas coisas. Eu gosto dessas histórias, e me divirto escrevendo sobre. Mas Páginas Vazias é diferente do que eu costumo fazer.

Eu diria que foi o primeiro livro que eu realmente dei como pronto. Acho incrível ele ter saído da minha confusão de projetos inacabados e ideias voláteis / soltas. Finalmente terminar Páginas Vazias meio que me fez perceber que, de alguma forma, eu sou capaz sim de terminar algum projeto (embora eu ainda ame escrever coisas sobre essa história, ops).

O primeiro ponto a comentar sobre o livro é que ele não é exatamente o que eu costumo escrever. Drama sim, eu adoro escrever um drama, interações humanas são a base de tudo o que fazemos, acho, e gosto de retratar isso em minhas histórias.

O meu ponto é que eu gosto de escrever fantasias, histórias irreais que levam pessoas para outros mundos, coisas sobrenaturais ou apenas fora do comum. Eu gosto de escrever sobre personagens com poderes, escrever sobre mundos alternativos, sobre conceitos abstratos.

Páginas Vazias é fora do meu comum por isso, é um drama e apenas isso. É uma história mais "real" no sentido de que você poderia encontrar com Renata na vida real e ela te contar a história dela e tudo seria bem acreditável. Não é incomum eu escrever textos assim, eu tenho diversos contos de drama e romance que são apenas isso, pessoas interagindo. Mas esse é diferente por ser um pouco mais que um conto.

Páginas Vazias é um livro, maior do que as histórias que costumo escrever, com um começo e fim concretos, uma história estabelecida, não é apenas uma cena solta de um mundo inexplorado. E isso me leva a uma das coisas que mais me incomodam nele... Então vamos para a parte sentimental da artista.

O livro para mim parece apenas um conto curto, mas bastante longo. Digo, eu sempre sinto que falta profundidade no mundo da história, sempre sinto que poderia colocar tão mais no livro. Não é que eu não goste da história, incrivelmente é um dos meus textos que eu sempre volto e leio novamente e me sinto bem comigo, mas sempre sinto também que é insuficiente.

Talvez eu esteja cobrando muito da história, mas esse livro passou por muitos ciclos de recomeço por eu querer adicionar mais coisa, sempre, e no final eu acabei removendo mais e mais. Um exemplo disso é um personagem que existia nas primeiras versões que simplesmente deixou de ser na versão final, por não contribuir em nada na história (e não vou falar dele aqui, me desculpe).

Eu não gosto de botar coisas na história só para encher o texto, e esse personagem era isso, era alguém que existia só para adicionar texto, adicionar pessoas, e no final isso atrapalhava muito mais do que ajudava, então eu removi ele.

É normal eu demorar um bocado para terminar um projeto, cada história passa por diversas iterações e diversas revisões e diversos ciclos de atividade e abandono. Textos mais longos, especialmente, levam muito tempo para chegar nos estágios finais, e esse livro não foi diferente.

Páginas VaziasWhere stories live. Discover now