Capítulo 1

317 20 10
                                    

Âmbar Sanches

- Filha, você tem mesmo que ir? - Minha mãe perguntou assim que chegamos ao aeroporto.

- Sim mãe, a senhora sabe que sempre sonhei em concluir minha faculdade em São Paulo, e eu lhe disse que quando eu concluísse dois anos aqui eu me mudaria para São Paulo e terminaria minha faculdade lá, não foi isso que lhe disse? - falei com impaciência pois desde a semana passada que minha mãe tenta fazer eu desistir de ir.

Ela é tão cuidadosa comigo e com a minha irmã, se preocupa tanto que isso já está refletindo em seus cabelos, os cabelos da minha mãe são bem pretos mas já estão um pouco grisalhos por causa dos seus 42 anos de idade e por causa das preocupações, seus olhos são verdes e ela é baixinha como eu. Mas não se engane com o nome bonito, ou com a aparência da dona Joice, mais brava que ela não existe, quem vê pensa que ela é bem tranquila, mas se engana completamente.

- Sim, foi isso que você disse e eu concordei, só não pensei que o tempo passaria tão rápido - disse meia tristonha - minha menininha cresceu!

- Cresceu, ela já está com 21 anos. - falei enquanto abraçava ela.

- Já estão chamando seu voo filha! - agora foi a vez do meu pai se pronunciar.

Meu pai tem um temperamento diferente do da minha mãe e é oito anos mais velho que ela, mas apesar disso tudo, eles se completam de um jeito especial. Seus cabelos são mais claros que os da minha mãe, são castanhos e são lisos. Os olhos dele são castanhos também, meu pai tem 1,65 de altura, mas se for comparar com os outros homens, ele é baixo assim como eu e minha mãe. O senhor Enzo não demonstra o que sente, mas isso não significa que ele não sente e eu amo ele tanto quanto eu amo minha mãe.

- Âmbar eu vou sentir saudades de você! - Minha irmã falou com a voz embargada de choro.

Minha irmã tem 14 anos de idade e é loirinha, puxou ao pai do nosso pai que era galego dos olhos azuis. Ela tem os olhos um pouco verdes, mas não é tão verde como os da nossa mãe. Na maior parte do tempo a Nanda é chata, mas eu amo ela.

- Vocês vão me fazer chorar também, venham e me deem mais um abraço! - Nós 4 nos abraçamos e depois eu segui para o portão de embarque.

Quando cheguei no portão de embarque, olhei para trás e vi meus pais e minha irmã abraçados, minha mãe e minha irmã estavam chorando, mas meu pai manteve a postura séria de sempre. Dei tchau para eles e logo depois eles retribuíram. Me virei e continuei o meu caminho, mas desta vez eu não consegui segurar as lágrimas. Foi um choro silencioso que durou até a porta do avião, que foi quando eu enxuguei as lágrimas e procurei forças para continuar. Eu sabia que a parte mais difícil seria me despedir deles, mas não imaginei que iria doer tanto assim.

Procurei minha cadeira e assim que encontrei me sentei. Coloquei meu fone, depois coloquei uma música qualquer e por fim, fiquei pensando um pouco, buscando mentalmente se estava tudo certo.

Dois meses atrás eu vim procurar um apartamento pequeno para morar em São Paulo, um apartamento que fosse perto da minha faculdade e que permitisse bichos de estimação pois na primeira oportunidade que eu tivesse iria comprar um Husky Siberiano. Encontrei um apartamento perfeito, com tudo isso que eu queria, ele tinha um quarto, um banheiro, e uma sala de estar junto com uma cozinha, só tinha uma bancada separando esses dois cômodos. Já comprei ele todo mobiliado.

Comprei uma moto também pois precisava de algum veículo para poder sair, pensei em pegar um táxi toda vez que precisasse sair, mas isso sairia muito caro. Então comprei uma CB 300 cilindradas, preta.

Só consegui comprar o apartamento e a moto porquê assim que fiz 18 anos fiz um concurso público e passei, eu ganhava bem no trabalho e também ganhava uma bolsa na faculdade, dessa forma eu consegui juntar dinheiro e ajudar um pouco os meus pais. Eu continuo com a bolsa, mas estou desempregada, preciso urgentemente arrumar um emprego.

 Um Sonho Em ComumWhere stories live. Discover now