07. Ele nunca olharia para mim

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Nem consigo dormir a noite, assim dou uns cochilos, mas nesses cochilos sou atormentada por sonhos de mim no campus perto do Tom. Em um dos sonhos estou na lanchonete e carrego uma bandeja, acabo caindo na frente de todo mundo e derramo tudo que carregava no chão. Todos riem de mim inclusive o Tom. Em outro sonho ele corre atrás de mim e tira minha mascara, mas quando me vê ele fica triste e vai embora. Eu realmente estou ansiosa para que o relógio desperte, mas ao mesmo tempo estou com medo e não quero que amanheça. Levanto e vou ao banheiro vejo que falta apenas uma hora para às seis da manhã. Volto para cama e tento me acalmar um pouco, por sorte consigo dormir por esse restinho de hora que me resta. Logo sou acordada pelo barulho do despertador. Acordo sem nenhuma dificuldade e com o corpo todo dolorido, acredito que por causa da tensão nervosa. Faço o café da manhã e em minutos Paula e suas filhas descem.

- Bom dia empregada. – Diz Renata.

- Filha para de chamar a Ophelia assim, ela é uma ajudante do lar.

- E isso é o que a gente chama de empregada. – Responde Rebeca.

As três dão risada. Eu ignoro, é o que eu sempre faço. Me sento a mesa e tomo meu café o mais rápido que posso.

- Hoje eu levo vocês. – Diz Paula.

Eu afirmo com a cabeça e subo para meu quarto. Como sempre sou a primeira a ficar pronta, Rebeca e Renata são bonitas confesso. Elas são perfeitas fisicamente falando porque quando se fala em intelecto elas não tem nenhum, mas as duas sempre se arrumam bastante, passam maquiagens fortes, colocar muitos adereços e roupas de grife. O único adereço que tinha e realmente usava é minha pulseira de girassol, que está agora com Tom. Estamos dentro do carro a caminho da faculdade.

- Odeio gente mentirosa sabe? – Começa Renata.

- Como assim minha filha?

- Ah mãe pessoas que dizem estar em algum lugar, mas na verdade estão em outro.

Foi como levar um soco no estomago, minha respiração até ficou mais pesada e meu coração acelerado. Renata olha para mim com um olhar ameaçador. Ela sabe.

- Pessoas mentirosas merecem ser expulsas de casa. – Diz Rebeca.

Minha vontade é abrir a porta do carro e pular para fora.

- É minhas filhas, também não suporto mentiras. Acho que é uma coisa nojenta de se fazer.

- Porque maltratar alguém a troco de nada é muito digno né? – Penso.

Fico calada, mas meu cérebro pede o tempo todo "fala alguma coisa, anda logo", mas acho melhor permanecer calada, como eu sempre fico durante os "passeios" de carro que tenho com elas. Chegamos na faculdade, as gêmeas se despedem da mãe e agradeço pela carona. Tento andar mais rápido e deixar elas para trás, mas Rebeca me segura pelo braço.

- Onde a senhorita pensa que vai? Você achou mesmo que iria enganar a gente Ophelia?

- Você estragou tudo, mentiu para minha mãe e para nós. – Diz Renata.

- Mas vai ter volta, conhece esse vídeo?

Elas me mostram uma filmagem de ontem à tarde, estamos eu e Betty sentadas na cama conversando sobre Tom e digo que minha vontade é chegar em frente dele e me declarar. O pior de tudo sou eu beijando a revista, por que eu fiz aquilo? Infelizmente parte do meu rosto ainda aparece. Estou perdida. Se esse vídeo aparecer em algum lugar eu vou ser zoada para sempre e Tom vai me achar uma grande idiota.

- Podem ficar tranquilas, tenho planos de contar para ele que sou eu a garota.

- Ótimo, se você abrir essa boquinha. – Ela aperta minhas bochechas com força. Vai parar na rua e ainda vai ser humilhada na frente da faculdade.

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