Capítulo 3

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Encarei Fernanda em choque, minhas pernas estavam quase vacilando, ainda bem que eu estava sentada.

— O que? Mas a Britanie... – me interrompi ao lembrar que Britanie quem sempre se oferecia de pagar minha faculdade, é claro que ela não pagou.

— Sabina, o pagamento está atrasado a seis meses. – o que? – Se não pagá-los, infelizmente você não poderá continuar aqui.

— Olha Fernanda, eu e meu pai estamos passando por uma crise, e a minha faculdade é tudo para mim. Por favor me dá só mais um tempo!

— Tudo bem, Sabina. – suspirou e me encarou. – Te dou só mais um mês, você sabe que eu gosto de você e se eu pudesse eu não te deixaria nessa situação mas, essa é a política da universidade.

— Obrigada! Logo eu vou conseguir pagar.

— Vou ter que te afastar até que o pagamento seja feito. – suspirou me olhando – Não iremos trancá-la, vamos manter sua vaga. Principalmente por você já estar a ponto de se formar. Mas eu preciso seguir ao menos uma das regras da universidade.

— Tudo bem, eu entendo.

— Iremos colocar outro aluno para lhe cobrir no hospital, não se preocupe. – tentou me confortar e apenas acenei com a cabeça em concordância – Está dispensada, pode voltar.

— Mais uma vez, muito obrigada. – agradeci e me retirei da sala. Eu estava morrendo de vergonha, nunca que isso aconteceu. Sempre foi pago direitinho mas depois que meu pai deu esse dever a Britanie...

Nem quis voltar para a sala. Fiquei no jardim refletindo um pouco e não demorou para que Júlia aparecesse.

— O que houve? – se sentou ao meu lado.

— Ai Ju! – lhe abraço sentindo as lágrimas começarem a invadir meus olhos. – É muita pressão em cima de mim.

— Me fala, o que está acontecendo?

— Tá. – suspirei.

Com calma comecei a contar tudo a ela que ficou por um longo tempo sem reação. Júlia era a rainha das reações, isso demonstrava o quão sério tudo parecia ser. 

— Casar? Mas você nem mesmo o conhece. – começou ela.

— Exatamente, e meu pai quer basicamente me obrigar a isso, e eu não estou encontrando nenhuma saída.

— Agora eu não sei, está muito complicado. – diz arrumando o cabelo como se tentasse pensar em algo.

— Eu vou indo, não tenho mais cabeça para continuar.

— Tudo bem, qualquer coisa é só me ligar.

— Tá bom. – lhe dou um beijo e vou andando até chegar em casa.

Assim que adentrei a casa, Maria minha empregada de anos vem falar comigo.

— Sabina eu sei a situação em que vocês estão e sinto muito mas, eu não posso continuar. Eu tenho quatro filhos para sustentar, uma mãe doente, e eu não posso continuar trabalhando e não receber nada.

Oh não! Até a Maria eu vou perder.

— Sinto muito, eu não queria abandonar vocês mas eu preciso pensar em mim. – eu a abraço fortemente.

— Desculpe te fazer passar por isso Ma. Eu entendo. Assim que nós conseguirmos nos resolver eu entro em contato para resolver suas contas. – ela afirmou e me abraçou pela última vez saíndo logo em seguida.

Subo para o meu quarto e me jogo na minha cama enquanto tento pensar em outra saída mais rápida e eficiente disso tudo.

Frustrada joguei o meu  despertador contra a parede. Por que tudo tem que ser tão complicado para mim?

Passei o restante do dia trancada no quarto. Após tomar um banho, desci para o andar de baixo e fui direto para o pequeno bar na sala de estar. Coloquei um pouco de whiskey no copo e tomei um gole enquanto sentia minha cabeça latejar.

Meu pai entra na sala e me encara.

— Filha você sabe alguma coisa da Maria? Eu não a encontro.

— Pai, a Maria foi embora.

— Como assim? - me olhou sem entender.

— Ela não pode continuar com a gente. Ela precisa de dinheiro e na situação em que estamos não dava para ela continuar trabalhando duro sem receber. — digo antes de virar mais um gole de whisky o sentindo queimar minha garganta.

— Ótimo, mais problemas! - se senta no sofá e abaixa a cabeça. Virei o último gole da bebida e encarei papai.

— Por esse motivo e entre outros eu decidique... eu vou me casar com esse filho do seu amigo. - ele levanta a cabeça e me encara.

— O quê?

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o que estão achando?

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