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Eu espero que você saiba, eu espero que você saiba

Que isso não tem nada a ver com você

Isso é pessoal, eu mesma e eu

A água do chuveiro cai quente como rompantes de fúria pelo meu corpo, eu posso até compará-la com um sopro de fogo de algum dragão

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A água do chuveiro cai quente como rompantes de fúria pelo meu corpo, eu posso até compará-la com um sopro de fogo de algum dragão.

Não que dragão existam... Mas no meu estômago existe um e ele está gritando de fome.

Eu sempre fui uma amante da comida, desde muito antes da tragédia na minha família. No entanto, após isso, eu descobri na comida um vício. Algumas pessoas bebem, fumam cigarros, usam drogas, frequentam clubes clandestinos de sadomasoquismo para terem um prazer, uma felicidade, momentânea.

Eu como.

Eu como muito, o tempo inteiro. A sensação de sentir fome, de sentir o estômago ser comprimido e ouvir os rugidos do mesmo, eu dificilmente sinto. Porque eu estou sempre comendo. Comida é meu vício, é minha felicidade momentânea. O ponto positivo disso? Comida nunca acaba. O ponto negativo? Meu colesterol, certamente, está alto.

- Katie, - Dario bate na porta do banheiro - você está viva? Está aí dentro faz tempo.

- Eu estava muito suja. - Minto e ouço sua risada. - Mas já estou saindo, pegou as roupas com a Clarissa?

- Sim, senhorita. Vou deixa-las aqui em cima da cama e sairei do quarto.

- Obrigada. - Respondo e fecho o registro do chuveiro, ouvindo o baque da porta do quarto sendo fechada em seguida.

Dario Nestore. Um guardião de mulher. Defensor dos oprimidos. Um dos homens mais lindos e sensuais que esse mundo pode me oferecer.

Está nítido nos olhos dele seu interesse em mim, mas assim como eu percebo isso, também percebo seu receio em se aproximar. Seu receio em dá um primeiro passo e eu acabar me assustando.

No dia que eu dei uma crise no bordel cujo ele é o dono, ele sentou calmamente e conversou comigo, respeitou meu espaço e desde então tem sido meu confidente. E eu estou gostando disso. Estou gostando de ter alguém que não seja Irina, onde habita uma frieza gritante, e J.J, onde habita uma sensibilidade irritante. Dario é neutro. Ele... Eu não sei defini-lo, sei que ele é neutro.

E eu também gosto disso. Principalmente por ele não dá tantos palpites em minha vida, não querer ditar as regras e não querer demonstrar que é o dono da razão.

Irina faz isso e que Deus tenha pena de Nathan.

Saio do banheiro e checo se ele saiu mesmo do quarto, vejo umas roupas devidamente dobradas em cima da cama e, após trancar a porta, a pego. Há um moletom de modelo masculino e pela forma como ficou em meu culpo, eu julgo que seja dele. Mas eu gosto de roupas que cobrem o meu corpo. Há também uma calça jeans que fica um pouco larga no quadril, dado que eu pratico mais exercícios físicos que Clarissa... Estes que são necessários, dado a quantidade de comida que eu mando para dentro todos os dias.

BLUE (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora