Whatever you do, don't tell anyone

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Naquele dia, tudo parecia estar dando errado.

Não consegui dormir direito, sentia um nó na garganta, minha cabeça não parava de doer e, pra deixar tudo ainda melhor — note o sarcasmo —, Jimin e eu estávamos discutindo mais uma vez naquela semana, antes de deixar o hotel para ir até o estádio, onde seria realizado mais um show marcado na agenda oficial do grupo.

— Eu não sei o que mais você quer que eu faça. — passei as mãos pelo cabelo, ainda sentado na cama do quarto em que estávamos hospedados. — Nada parece ser o suficiente pra você.

— Eu quero que você reaja, Jungkook! — ele exclamava desde o outro lado do quarto, a quase nada de cair em pranto, como acontecia em todas as nossas discussões. — Você é o meu noivo, caramba! Quero que você pare de me repelir toda vez que eu tento me aproximar de você!

— Nós já conversamos sobre isso, mas não estamos numa posição que nos permite arriscar, Jimin. — repeti, exausto por precisar ter aquela mesma conversa tantas vezes. — Você sabe disso. Por mais que eu queira, a gente não pode simplesmente se beijar ou andar de mãos dadas por aí. Eu tento ser um bom noivo quando a gente tá sozinho, mas não posso colocar tudo a perder, não dessa forma. Não quando tem mais gente envolvida.

— Mas é exatamente esse o problema! Não é só você que sofre com isso e eu não 'tô pedindo pra gente se beijar na frente de todo mundo, eu só quero que o cara com quem vou me casar demonstre que se importa de verdade com o nosso relacionamento, e não com o que as pessoas podem pensar, ou com a punição que a empresa pode dar se a gente se atrever a sair da linha! Você evita até ficar perto de mim quando a gente tá em público... — passou a manga do suéter que vestia pelo rosto, secando algumas lágrimas que teimaram em escapar. — Me mostra que você se importa comigo! Com a gente...

— Jimin... — bufei, massageando as têmporas ao que sentia a dor de cabeça intensificar. Odiava brigar com ele e, mais do que qualquer coisa, odiava vê-lo chorar. — Eu não quero brigar de novo anjo, por favor. Hoje a gente tem mais um show, eu nem dormi direito e-

— Tudo bem. — interrompeu, deixando com que os braços caíssem em derrota ao lado de seu corpo. — Já entendi.

— Amor, eu-

— Eu 'tô exausto, Jungkook. — falou novamente, com a voz trêmula, me lançando um último olhar cheio de mágoa. Ele abriu a porta do quarto logo em seguida e, antes de sair, ainda de costas para mim, ele concluiu: — É muito desgastante ter que sempre me importar sozinho, mas eu não vou te obrigar a nada, só... faz o que você quiser.

Então a porta se fechou num baque surdo, me deixando sozinho no silêncio do quarto.

— Mas eu me importo... — sussurrei para mim mesmo, sentindo o coração apertado. Esfreguei as mãos pelo rosto e ouvi leves batidas na porta.

— Jungkook-ssi! Você já tá pronto? — era a voz de Sejin, um dos nossos managers. — A gente precisa ir!

— 'Tô saindo, hyung! — respondi, me levantando e, tentando evitar que ele me esperasse por muito tempo, procurei rapidamente por minha nécessaire, de onde tirei um vidro de aspirinas e tomei duas, na esperança de que aquela dor insuportável passasse até a hora do show.

Após engolir as duas pílulas, peguei meu celular, que tinha deixado sobre a mesinha de noite, coloquei uma máscara e um bucket hat, pra tentar esconder o quanto a minha cara estava péssima, e finalmente saí do quarto, sendo acompanhado por Sejin até o exterior do hotel onde os carros nos esperavam, então fui guiado até um que ainda estava vazio.

Pouco tempo depois minha companhia se fez presente, me deixando confuso ao ver que não era o meu noivo ali, como de costume, mas sim Hoseok.

— Cadê o Jimin? — decidi perguntar quando o carro arrancou, dando início ao percurso rápido que seria feito dali até o estádio.

The Lost Art of Keeping a Secret | jjk+pjmNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ