Richard Solomon se viu diante do futuro casamento pela Seleção ''Quem Quer Ser Uma Princesa''. Sim, ele é o príncipe coroado de Acaia, um país europeu pequeno, mas muito amado. No entanto, alguns rumores tem ameaçado destruir a monarquia, o que fez...
Richard agora ficou mais desconfiado. Sabia que de toda essa confusão ele era o centro, ou parte fundamental. O que tinha acontecido em seu passado que deixara o pai tão furioso e fora de si por um instante? Queria, mas algo dentro dele tinha medo de descobrir.
Sula saiu de detrás da cortina e tocou no braço dele.
— Eu tenho que ir, amor. Eu entendi seu pai e concordo com ele. É perigoso se alguém descobrir. Desculpe por ontem.
— Está tudo bem. –Fitou seu rosto tentando tirar os vincos de preocupação da testa abrindo um sorriso.
— Obrigada pelo seu tempo precioso comigo. Eu te amo, meu amor. Meu Richard.
E ela levantou os calcanhares um pouco para beijar os lábios dele que a puxando pela cintura correspondeu o beijo intensamente. Richard disse que a amava com aquele beijo. Ele só queria sair de toda aquela situação, ser feliz com ela e que tudo ficasse bem. Após um suspiro a soltou e disse:
— Espere só mais um pouco e poderemos nos beijar onde quisermos, sem preocupações.
— Eu te esperarei sim, alteza. –Abriu um sorriso de alguém que tem o coração batendo mais acelerado por estar sendo beijada pelo homem que ama.
— O que eu fiz para que Deus me desse uma mulher tão linda e encantadora?
Ela ficou com as bochechas rosadas, era assim que ficava a cada elogio dele, sem as vezes acreditar neles. No entanto, foi naquela varanda que viu um pouco não só da paisagem, mas do que Richard estava enfrentando. Sim, seus ciúmes eram descabidos, traidores e que poderiam minar seu relacionamento. Fecharia os olhos, tentaria se manter sã com a certeza do amor de seu príncipe. Afinal Deus a trouxera ali.
Ainda nos braços dele, a porta se abriu outra vez e o rei em pessoa entrou.
— Então não estávamos tão sozinhos assim, não é? –Indagou o rei.
— Me desculpe, majestade, eu já estava de saída. –Soltou-se de Richard, fez uma reverência, mas ele lhe segurou a mão.
— Senhorita, sabe porque deve evitar isso? E se fosse outra pessoa? Não preciso repetir tudo de novo, não é? –O rei Christopher sabia parecer duro quando precisava. Era todo o conjunto, a barba farta, o olhar fixo e cortante e a voz grave, a postura austera.
— Não, senhor, majestade.
— Eu perguntei aos dois.
— Não, majestade. –Responderam em uníssono.
O rei pegou o livro que viera buscar e Richard após beijar o alto da cabeça dela, a deixou ir após se curvar para o rei. Percebendo que estava mancando um pouco.
Richard também saiu depois de fazer uma reverência ao rei, que meneou a cabeça em reprovação, no entanto, sorrindo um pouco, lembrando-se de que já fora mais jovem e os beijos de sua esposa já lhe eram indispensáveis.
Sulamita foi para o quarto. Só queria dormir e ficar quieta para que seu pé estivesse sem dor alguma no domingo, quando teria que usar saltos. Se perguntava como faria isso sem fazer caretas.
Tomou coragem e foi à sala de jantar para almoçar. Para acrescentar as dores, cólicas menstruais deram o ar da graça. Ela permaneceu em silencio ou respondendo com monossílabos, tentando não fazer careta diante do falatório das outras, já que o rei e a rainha não compareceram e Richard estava em outro encontro. Iria tomar um remédio com urgência.
No trajeto até o quarto, onde os remédios receitados estavam, viu Richard voltando do encontro com uma das garotas. Ele sorria educado e assentia ao que ela falava. Fotógrafos a alguns metros tiravam fotos. Sula continuou a andar e logo percebeu com um susto, colocando a mão sobre o coração, que Jack White estava bem na sua frente.
— Posso ajudá-la, senhorita?
Aquele medo que sentiu na outra noite voltou em cheio.
— Está tudo bem, senhor Jack White –disse olhando para o crachá dele.
— Como foi o tempo que passou com sua alteza no Brasil? Se divertiram muito?
Sula olhou para o homem diante de si e resolveu não continuar a conversa e se comprometer.
— Pode me dar licença? –Fez menção de seguir adiante, mas ele se colocou de novo à sua frente.
— Seu nervosismo quer dizer que houve mesmo alguma coisa no Brasil.
— Sabe o que acho, senhor White? Que o senhor é muito inconveniente com perguntas que não lhe dizem respeito. –Sua voz tremia um pouco mesmo tentando parecer indiferente.
— Acho muito errado ele colocar uma favorecida como a senhorita quando as outras nem tem chance.
— Isso aqui, senhor White, é uma competição, se bem me lembro. As que conseguiram chegar aqui o fizeram por algum motivo. Então, não faça acusações sem sentido.
— Mantenha esse discursinho, vamos ver até quando vai durar.
~~~*~~~
"Uma coisa vou pedir, deixa eu ficar nesse lugar todos os dias da minha vida!"
Ps. 1 - Dedico esse capítulo a uma princesa que tem acompanhado o livro e me incentivado, @ElianeSouzakleinKlei. Que Deus te abençoe com paz, saúde, prosperidade e todas as bênçãos! Muito obrigada por acompanhar a história e por todo o apoio.
Ps. 2- Daqui a pouco posto o próximo. :)
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