Terceira fase

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A eterna sensação de Dejá vu sempre esteve presente em seus dias, o que para todos era novo, para ele não passava de uma cena eternamente repetitiva. Um mundo sem fim. Como quando provou os pãezinhos de Izumi por primeira vez e mesmo assim, o gosto era estranhamente familiar. As vezes, era como se tivesse os sentimentos divididos entre uma felicidade imensurável e o sabor amargo da sensação de perda. Como se faltasse algo, alguém. Quando a sensação de vazio o atormentava, ele visitava aquele lugar: Santuário Naka. Por algum motivo, a solidão desaparecia apenas estando ali, com as falsas memórias de uma época que nunca esteve.

Por muitos anos manteve aquilo em segredo, não queria preocupar ninguém e também se sentia culpado por ter aquela mulher em seus pensamentos, ele tinha uma namorada maravilhosa e sabia que a amava, então por quê aquela mulher o perseguia em sonhos e devaneios?

A mulher a quem estúpida e carinhosamente apelidou de Primavera, pois sua presença gritava a mais doce das estações. Cabelos sedosos e róseos em uma combinação perfeita com os grandes olhos verdes, era realmente bonita. Mas os sonhos e falsas lembranças não, as imagens eram assustadoras para si, principalmente quando via a garotinha de aproximadamente quatro anos em seus braços.

Respirou fundo tentando encontrar as respostas que buscava ansiosamente, pois se antes aquelas alucinações o deixavam confuso, tudo piorou com a chegada dos ninjas de Kumogakure, especificamente, Sakura Haruno. Tinha absoluta certeza de que era ela a mulher que o visitava em sonhos, como isso era possível? Várias vezes havia descartado a possibilidade de que ela fosse real, pois além da beleza exótica ele também já à viuㅡ durante sonhos em diversas etapas: criança, adolescente e mulher adulta. E agora ela simplesmente apareceu, bagunçando ainda mais seus pensamentos, inevitavelmente passou a segui-la, silenciosamente a observou durante as provas Chūnnin mas, havia algo diferente nela.

A mulher que via em sonhos carregava sempre um sorriso gentil e olhar acolhedor, já a que viu em carne e osso era arisca, hostil e muito arrogante.

ㅡ Itachi-kun, estão procurando você.ㅡ a voz aveludada o tirou do conflito interno em que se encontrava.ㅡ Se sente bem?

ㅡ Sim, só estou um pouco cansado.ㅡ respondeu desviando os olhos da parede até encontrar os castanhos de Izumi.ㅡ Minato não confia no trio do Som e estive vigiando-os durante os últimos dias.

ㅡ Entendo, depois de hoje precisa descansar um.ㅡ ela aconselhou.ㅡ Agora vamos, a prova já vai começar.ㅡ  entrelaçando os dedos Izumi passou a guia-lo para fora do santuário.ㅡ Acredita que até Ren-san vai assistir a luta? Estou feliz por ele, é a primeira vez que o vejo sair daquela loja para se divertir um pouco.

ㅡ Você gosta muito dele, não é?.ㅡ perguntou andando calmamente.ㅡ Estou começando a ficar preocupado.

ㅡ Não seja bobo Itachi-kun, ele fácilmente poderia ser meu avô.ㅡ a mulher riu com o próprio comentário.ㅡ É só que... ele é sempre tão solitário, me pergunto se é por opção ou perdeu um grande amor. Isso seria tão triste.

Itachi apertou a mão feminina tentando transmitir contorto, Izumi era extremamente empática e sentia-se conectada com aquele homem desde que o viu pela primeira vez, desde então passou a visita-lo todos os dias.

Pensou nas últimas palavras da namorada e subitamente sentiu um aperto no coração, uma sensação avassaladora como se tivesse perdido alguém importante.

As pessoas andavam apressadas, praticamente correndo e esbarrando umas nas outras, no momento em que um menino de aproximadamente oito anos passou do lado de Izumi, Itachi a surpreendeu ao soltar o enlace da mão para contornar os ombros delicados e aproximar mais os corpos. Ele nunca a abraçou em público, sempre foi extremamente discreto e muito respeitoso.

Lacunas Where stories live. Discover now