Irritante

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Estava sentada no mais alto da montanha, o ar era pesado e os pulmões se esforçavam o dobro devido a pressão. Entre os dedos ela tinha uma flor de camélia que havia encontrado enquanto subia, por algum motivo aquela sempre foi sua flor favorita.

Gostava do vermelho das pétalas e também da forma em que florescia, mesmo no mais duro inverno. As camélias não tinham muitas opções, ou cresciam fortes ou murchavam antes mesmo de mostrar a beleza de sua cor. Belas e resistentes, assim eram elas. Sakura gostava de se imaginar como uma delas, florescendo entre as adversidades e suportando duros invernos.

Quando anoiteceu, recolheu um ramalhete com as flores carmesim e decidiu voltar para casa, o frio começava a machucar sua pele e os pés afundavam na neve, com certeza Kizashi lhe daria um sermão.

Aquele lugar era pouco frequentado pelos habitantes de Kumo, devido as constantes avalanches que em várias ocasiões enterrou corpos até a neve derreter para poder encontra-los. Por isso quando viu a figura encapuzada subir as montanhas se surpreendeu, ele carregava uma grande mochila nas costas e estava praticamente caído de cansaço.

Se apressou em socorrer o homem que assim que a viu, caiu nos delicados e fortes braços. Sakura verificou o rosto pálido e se assustou ao encontrar a pele ardendo em febre, sem pensar duas vezes o colocou por cima dos ombros e começou a andar até sua casa.

ㅡ Estive te procurando por tanto tempo.

A voz do homem saiu rouca e arrastada, a kunoichi franziu o cenho e o encarou brevemente, mas ele já havia desmaiado.

Quando chegou a cabana, notou que Kizashi havia saído, portanto levou o estranho até a sala, o deitou no sofá e prontamente o cobriu com alguns grossos cobertores. Ele parecia estar delirando, o que preocupou Sakura e por isso enviou um pedido de ajuda a Ce.

Analisou atentamente o homem, ele aparentava estar na casa dos 50, os fios negros já começavam a ser tingidos pelas melenas brancas e  tinha um aspecto sofrido. Sakura sentiu um aperto em seu coração, como se o conhecesse de algum lugar. Quando viu que o homem havia finalmente parado de tremer, foi até o quarto dos pais onde sua mãe ficava na maior parte do tempo. Mebuki estava sentada, com os olhos curiosos em sua direção.

ㅡ Parece cansada.ㅡ ela disse sorrindo minimamente.ㅡ precisa de colo?

Sakura assentiu, sentando no chão e apoiando a cabeça sobre a cama esperando as mãos carinhosas da mãe brincarem com as medeixas rosadas.

ㅡ Encontrei um homem caído nas montanhas, acho que é um peregrino.

ㅡ Imagino que o trouxe para casa.ㅡ a mais velha especulou.ㅡ Você tem um bom coração minha filha, continue assim, não deixe o mundo te corromper.

ㅡ Eu tenho medo, as vezes tenho que fazer coisas com as quais não concordo, mas trazem prosperidade a Kumogakure.ㅡ confessou seriamente.ㅡ Tenho medo de um dia esquecer o que vocês me ensinaram. 

[...]

 
Atela instalada no alto da parede ascendeu, mostrando duas colunas onde os nomes passavam rapidamente, a ansiedade aumentava a cada segundo que passava e quando os dois primeiros nomes brilharam em verde bem diante deles, a ficha finalmente caiu.

Todos, sem exceção alguma, eram rivais a partir daquele momento. Os participantes subiram as escadas até a plataforma de onde assistiriam os embates, exceto os dois primeiros sorteados. Os professores também seguiram os respectivos alunos, a fim de dar apoio a cada um deles. Lee estava apreensivo, então não demorou muito em questionar Guy sobre a luta.

ㅡ O quê você acha que vai acontecer?.ㅡ perguntou vendo Neji e Hinata ficarem cara a cara.

ㅡ Espero que ele pegue leve.

Lacunas Where stories live. Discover now