atena.

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o céu se despedaça
aos nossos pés descalços
e inquietos
dançando na rua vazia
ao som de uma música silenciosa
que só nós duas podemos ouvir.
o tempo quebra em uma linha
longa e tênue
em meio ao amor
e a distância entre o agora
e o quando havia uma ausência crescente
de algo em nossos peitos estufados.
olhamos para o horizonte sorridente
e a serenidade do nada
nos dá espaço para
respirar de novo.
seu sorriso se estende
quilômetros de distância
até o meu coração pulsante
até que nada mais esteja no mundo,
senão o que restou de nós
depois do desfalecer do dia.
aquele que veio e devastou
toda a afeição existente
nessa terra que pisamos.
mas ainda assim,
olhar para você
me traz a certeza de que
mesmo que não vejamos outra vida
em mil anos,
tudo o que eu necessito
de mais desesperador
se encontra nos pés inquietos
tateando o asfalto
em uma dança pela rua vazia,
ao meu lado.

quando eu era flor.Where stories live. Discover now