no fim da noite,
não há ninguém.
ninguém para quem chorar
ou puxar o ar preso
na garganta.
há apenas um teto branco
com tinta lascada
de um quarto deserto
a se encarar
enquanto o olho enche d'água
e desagua no mundo.
o peito afunda
o corpo se encolhe.
não há o que fazer.
no final do dia,
só há o que chorar
porque não se sabe
o que dizer.
ou melhor,
por não conseguir dizer.
as palavras se perderam
no vazio dentro de mim.
BINABASA MO ANG
quando eu era flor.
Poetryé sobre as flores que nascem entre os vazios do meu âmago. sobre a que me tornei. 2020 | @lenallier Por Lena Allier.