Puta rubia dos infernos!

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POV ZULEMA

* 2 semana depois*

-Rubia!!! RUBIAA! - grito nervosa enquanto tento controlar a enxurrada de água que sai da torneira - essa puta não acorda! - vejo sacolas de supermercado e panos no canto da cozinha e pego correndo para tentar conter toda aquela água. Vejo que funcionou e vou até ao quarto.

- MACARENA!! - grito batendo na porta, vou em direção a cama e puxo as cobertas - são 12 horas, acorda!

- Meeedeixa - ela murmura algo como uma reclamação.

- A torneira quebrou outra vez - falo tentando chamar sua atenção.

- Outra vez? Já te disse que a torneira não te fez nada, nem o liquidificador, muito menos a batedeira, Zulema desse jeito não vai durar nada nessa casa! - ela reclama levantando da cama e indo para cozinha - vamos ter que chamar um encanador - ela afirma enquanto olha o estrago.

- Você paga, a casa é sua - falo tentando ignorar o fato de que não consigo tirar os olhos das suas pernas, ela está fazendo exercícios?

- Nossa casa, devo te lembrar já que você vive aqui. Tem um contato de um encanador anotado em uma agenda na prateleira, você faz a ligação porque vou tomar um banho - a vejo passar por mim com seu pijama curto sustentando uma cara séria.

- Puta rubia! - pego a agenda e busco o contato do encanador, disco o número no telefone enquanto aguardo a chamada - Alô! Quero falar com Fábio... - por sorte o encanador estava livre e já estava a caminho de casa.

- O cara já está vindo - aviso enquanto vejo Macarena de volta a cozinha, novamente de roupa curta. Outra vez essas malditas pernas! Não sabia que ela gostava de shorts tão curtos.

- Perfeito! - Macarena responde enquanto pega uma recipiente de comida congelada e coloca no microondas - você tem que aprender a tratar as coisas com mais delicadeza, vivo dois anos nesse apartamento e nunca quebrei nada - ela diz se aproximando de mim.

- É...hm... - tento dizer algo mas não consigo concluir nenhuma frase estando ela tão próxima a mim, parece que me fogem as palavras.

- Você está muito estranha... - o microondas apita e ela da meia volta pra pegar sua comida - vem comer! - ela senta na mesa.

- Já comi e sozinha como sempre... você está com algum distúrbio de sono porque acorda muito tarde todos os dias - sento na sua frente do outro lado da mesa e me sinto gelada de ver a forma que ela leva o garfo a boca.

- É que antes não dormia bem, acho que o universo está me recompensando - ela sorri mordendo levemente a ponta do garfo - ou você que está me envenenando hm? - a loira volta a comer sua comida, percebo suas feições de satisfação, parece estar gostando.

- Antes? - não é a primeira vez que ela da a entender que tinha insônia antes da minha chegada.

- Sim... antes - ela levanta para lavar o prato e talheres, em seguida coloca a vasilha descartável no lixo - não sabia que você cozinhava bem, deveria ter trabalhado na cozinha da prisão - ela sorri me olhando enquanto enxuga os pratos. Tem sido rotineiro, Macarena debocha e zomba várias vezes e eu não consigo devolver na mesma moeda, não sei onde foi parar aquela Zulema que já teria dado uns socos nela por muito menos.

- Tem coisas que é melhor deixar guardado... - tentava devolver a resposta mas fui interrompida, o som da campainha que anuncia a chegada do encanador, vou em direção a porta - pode entrar! - sinalizo o caminho da cozinha.

- Olá Fábio - vejo os dois se cumprimentando como se já tivessem intimidade, porque isso me incomoda? - essa é a Zulema! - ela nos apresenta.

- Oi - respondo seca observando como o rapaz come Macarena com olhos a olhando de cima a baixo - é essa torneira que está com problema - continuo tentando cortar o clima entre os dois.

O encanador faz seu trabalho, eu de um lado e Macarena do outro, vejo a forma como ele força alguma interação com ela pedindo alguma ferramenta como desculpa para tocar sua mão, reviro os olhos e saio da cozinha.

- Inferno - resmungo baixo, minha cabeça não pode estar boa, não faz sentido esse ciúme. Ciúme? - Não tenho ciúmes da Macarena! - Brigo com meus próprios pensamentos, todos os dias vivo em guerra tentando entender o que se passa.

- Obrigada Fábio, agradeço por ter colocado uma torneira de material mais resistente dessa vez - diz Macarena enquanto me olha torto.

Vejo os dois se despedindo com beijo na bochecha e o rapaz sai pela porta.

Silêncio.
Silêncio.
- Você e o Fábio, estão transando... - merda escapou!!

- Quem? Fábio? Não - ela ri - ele bem que queria - ela vem na minha direção e senta ao meu lado, novamente essas pernas me tirando do foco.

- Pensei que estivesse rolando - porque isso me interessa tanto saber disso?

- Depois que sai da prisão não tive mais ninguém, na verdade ninguém mais me chama atenção - ela fala me olhando fixamente - acho que agora tenho bem definido meus gostos pra relações e o Fábio não está incluso nesses interesses - ela chega um pouco mais perto.

- Vou tomar um banho! - pulo do sofá e vou para o quarto, foi a primeira coisa que pensei, sinto uma sensação diferente quando a Macarena se aproxima de mim e isso me assusta a ponto de me paralisar.

- Puta rubia dos infernos! - exclamo enquanto tiro minhas roupas.

- Não se anima para um makeover e dar um jeito nesse seu cabelo ? Preciso sair e aproveitar meu dia de folga - sinto a presença da Macarena no banheiro e me assusto. Ela não cansa? Preciso de um tempo!

- Um o que? - pego minha toalha com pressa e coloco a frente do meu corpo, como se a Maca já não tivesse me visto tomando banho na prisão. Que diabos está passando?

- Makeover Zule, uma mudança no visual sabe... - que ideia mais aleatória, pensei.

- Não sei - respondo baixo, não gosto que mexam na minha cabeça.

- Vamos??? - ela faz um biquinho e me olha com expectativa.

- Ok... - estou cedendo mais uma vez, esse hábito está se tornando perigoso.



-
Estaria a Maca provocando? Pobre Zulema...
Ps: prefiro usar o rubia, acho mais bonitinho que em português.

Estranha Sensação | ZurenaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora