11 - Guerra se aproxima

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Estressado

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Estressado. Essa era uma boa palavra para definir bem o que Jungkook sentia nesse momento. O lorde tinha vindo o ver e trouxe notícias ruins, sem contar que uns dias atrás o conselheiro do rei tinha vindo trazendo notícias ruins, também.

E tudo isso só fez ele ter mais certeza. A guerra estava mais próxima do que o esperado, as pessoas estavam com raiva e muitos renegados se refugiaram na província inimiga, o que não era nada bom.

Talvez como seu pai o disse, ele tinha que matar os governantes e tudo ficaria normal. Assim, eles param de conspirar contra o reino.

E o pior de tudo era que um espião estava dentro do castelo, vigiando e mandando informações sobre eles para os inimigos. Só de pensar nisso, os neurônios de Jungkook ferviam.

Assim que Jungkook saiu da sala do conselho real, ele caminhou para fora dali. Queria tomar um ar e relaxar, foi então que perdeu a paciência e descontou em um servo. E isso não era seu forte, então precisava se acalmar.

Era isso que ele queria se não fosse a rainha Kang passar por ali e o chamar, com aquela voz falsa.

— Jungkook? — o chamou de novo quando percebeu que ele não iria voltar para trás. — Podemos conversar? 

Jungkook precisou respirar fundo umas três vezes antes de virar o rosto para a mulher.

—  Será rápido, rainha? — Cerrou os punhos. — Estou com muita pressa.

— Não tenha pressa. — Riu irônica, indo até ele. — Hm, como anda seu ômega?

— Veio perguntar sobre ele? — Enrugou a testa. — Olha...

— É sobre Eun Nari. — Deixou o sorriso ali. — Sei que seu cio está próximo, será bom.

—  Nenhum outro me interessa. — A cortou, grosso. — Estou casado, rainha, então me respeite.

— Ela é pura. Uma ômega pura, linda e fértil.

Jungkook riu anasalado e virou de costas caminhando para fora dali, porque parecia que a qualquer istante gritaria ou, pior, bateria na rainha. Andou mais um pouco e logo parou de frente a uma das janelas dali. No mesmo instante, o portão abriu e Jungkook achou estranho quando viu um homem acorrentado entrar junto de alguns soldados

— Mas que... — Correu de volta onde a rainha estava, passando por ela a alguns corredores.

Assim que conseguiu sair de dentro do castelo, desceu uns degraus e parou na frente dos homens. 

— Alteza. — Um homem começou. — Encontramos um dos homens que estão atacando os vilarejos.

E desde de quando a situação chegou àquele estado? Jungkook não se lembra de escutar o rei contar sobre ataques nos vilarejos.

Jungkook ficou o encarando por um tempo antes de escutar o próprio rir em escárnio. — Do que está rindo?

— Não adianta nos prender. — Levantou o rosto. — O mestre virá para matar vocês. Principalmente seu ômega! — Virou para Taehyung que estava alguns metros distante.

— Seu verme. — Jungkook chiou, pegou o rosto do homem com certa brutalidade e apertou firme. — Vocês não irão tocar no meu povo, muito menos nele.

— Já está comprada a cabeça dele. — Ele riu mais um vez, alto.

— Coloquem-no na masmorra!

Se afastou um pouco. Os soldados logo o escutaram e agarraram o homem, levando para longe dali. Aquilo tudo estava sendo uma maior dor de cabeça pra Jungkook, mas ele sabia que ser o herdeiro do trono era ridículo, mas as coisas nunca tinham chegado nisso. Tudo dentro foi paz, mas agora mudou.

As pessoas com medo, saqueadores por aí, assassinos e o reino inimigo os ameaçando. A grande rebelião estava próxima, o que só deixa Jungkook mais apreensivo do que antes.

— Como ele sabe qual seu ômega é? —  A rainha Kang apareceu do nada, com uma expressão séria. — Matem-no antes que as coisas piorem. 

— Vamos procurar saber mais. — Olhou Taehyung pelo canto do olho. 

— Aquele ômega só nos trouxe problemas. — Caminhou para longe. — E talvez você devesse me escutar, mesmo.

— Vossa majestade não tem atividades a fazer? — A encarou com raiva. — Pois eu tenho. Com licença. 

E então saiu, quase que correndo para o lado oposto da mulher. Jungkook só pensava em alguém agora; iria falar com Namjoon e pedir ajuda, dizer o que estava acontecendo e quem sabe ter novas informações sobre o que ele não sabe.

Depois iria ao rei perguntar qual era a daquele homem dentro do Castelo e desde quando eles estão o procurando, como sabem que aquele homem é o certo e está saqueando. Como tem tantas informações e não contam nada a ele, afinal, ele é príncipe Jeon, o herdeiro de tudo.

Aquele que tem que estar por dentro de tudo. 

—  O príncipe Kim está? — Passou pela porta, dando de cara com uma dama da corte. 

— Sim, príncipe. — Abaixou o olhar. —  Está tomando um chá junto de sua alteza.

— Diga que estou aqui. — Pediu calmo. — E que preciso vê-lo com urgência. 

A mesma moça assentiu calma e foi até a porta, bateu algumas vezes e anunciou a presença do Jeon ali, não demorou muito e como resposta, Namjoon saiu para o lado de fora com uma expressão não muito boa.

— Podemos ter uma palavra, irmão? — Foi gentil. 

— Vamos lá fora. — Passou pelo mesmo.

Lá fora, Namjoon apenas continuou andando, ficando longe o bastante. Ele se sentou num degrau e esperou Jungkook fazer o mesmo. 

— O que aconteceu? — Olhou com mais calma.

— Um prisioneiro chegou hoje aqui —  disse, dando um longo suspiro. — Sabe de algo que não sei, Namjoon?

— Quer que eu diga o que, Jungkook? —  indagou sério. — Soube ontem que alguém mandou matar todos os nossos maridos, inclusive o seu, Jungkook. — Passou a mão no cabelo.

Era estressante toda aquela situação.

— E por que não me disse? 

— Quando soube, eu fui até você, mas estava ocupado demais com um jantar ridículo para aquele homem. — Devolveu no mesmo tom.

— Taehyung pediu...

— Não importa. Esse não é o caso, Jungkook! 

— É, não mesmo. — Trincou o maxilar. — O caso é que vocês ficam escondendo coisas de mim. Eu sou o herdeiro do trono, tenho que saber de tudo.

— Então aja como um! — gritou, levantando do chão e saiu dali em pisadas rápidas e pesadas.

Namjoon também estava com raiva, porque toda aquela situação o deixava tenso demais. Não queria perder Seokjin por nada nesse mundo e caso acontecesse, ele se culparia pelo resto de sua vida.

Não demorou muito e Jungkook também se levantou do chão. Se segurando ao máximo, ele saiu dali, com mais raiva do que antes. Era claro que ele devia ser um verdadeiro herdeiro, mas não precisa jogar na cara dele que não estava agindo feito um.

Sem contar que Namjoon nunca pronunciou a palavra assim para ele antes, nunca tinha acontecido. Talvez ele tivesse os mesmos problemas, que ele também só queria proteger seu povo. Não era nada justo com Namjoon, porque ele também era humano, tinha responsabilidades e se estressava. 

Quanto antes iria pedir perdão por ser insensível. 

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Scarlet eyes - TaeKook Where stories live. Discover now