Capítulo 22

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Pov Lauren

Depois de passar o fim de semana com Camila, estou de volta à realidade. Meus olhos estão apenas um pouco inchados pelo meu choro na noite passada e felizmente, Ally parece não perceber. 

Estive observando a tela do meu computador durante a última hora, tentando juntar coragem para o que sei que preciso fazer.

Lentamente, com meu estômago revirando, marco o número que o idiota do Ronald deixou no final de todos os seus implacáveis e-mails e cartas. 

Depois de meses em recusar a dignificar sua oferta com uma resposta, não posso mais negar a verdade. Minha pequena loja está falindo. Foram dois anos e eu mal consegui manter minha cabeça acima da água e muito menos tornar o Lit Apothecary um negócio de sucesso.

Em outro universo, eu continuarei lutando até o meu último dólar evaporar. Mas aqui e agora, com um bebê à caminho, não tenho escolha senão crescer. Então vendo minhas economias diminuir mais a cada dia, tenho que tomar a decisão responsável e voltar para meu antigo trabalho insatisfatório, mas confiável. 

Minha futura família precisará de uma renda estável... não importa o quanto dói desistir do sonho que amei por mais de uma década. Deixo de lado meu orgulho ferido e pressione o botão ligar.

_ Departamento de aquisições CE Books, aqui é Cheryl, como posso ajudá-lo? - Fala uma voz feminina jovem.

_Oi. - Respondo, desejando que estivesse fazendo literalmente qualquer outra coisa. Como talvez, empurrando os olhos com um bastão afiado. _ Posso falar com o Sr. Ronald Hollenbeck?

_ Por favor, posso saber quem está ligando?

_ Lauren Jauregui. Quero falar com ele... - Engulo o nó na minha garganta. _ Conversar sobre o Lit Apothecary. - Depois de uma breve pausa, ela diz:

_ Eu vou transferir sua ligação.

_ Obrigada, Cheryl. - Por mais miserável que eu esteja, não posso culpa-la.

_Você é muito bem-vinda. Tenha um bom dia. - Um clique segue enquanto ela me põe em espera.

_ Eu tenho medo que isso seja impossível. - Murmuro no breve intervalo de estática vazia. Pergunto-me se Cheryl sabe mesmo quem sou. 

Eu não sei o que é pior, minha dor sendo de conhecimento comum em seu escritório, ou o pensamento de que poderia ser apenas uma peça insignificante em um mar de negócios sem rosto. Logo, uma voz nasal masculina responde com:

_ Ronald Hollenbeck falando. - Deus, ele parece ainda mais desagradável do que eu imaginava. 

Repito o motivo do apelo, cada palavra é uma nova facada no intestino. Pelo menos, seu tom não é presunçoso quando diz:

_ Posso organizar uma reunião amanhã às nove. Esse horário funciona para você? - Nenhuma dessas besteiras funciona para mim, mas acho que é melhor rasgar o curativo o mais rápido possível e acabar com tudo.

_ Sim, posso fazer ir. - Respondo e escrevo uma nota mental para pedir Ally pra cuidar da loja... enquanto eu a vendo. 

Porra.

_ Ótimo. - Fala Ronald. _ Vou reservar uma sala de conferências para discutir o contrato de venda. Apenas fale com minha secretária pela manhã e ela irá direcioná-la.

_ Tudo bem, obrigada. Vejo você amanhã. - Desligo e pego um pouco de sorvete de noz com chocolate no freezer da sala de descanso para tentar afogar minhas dores no açúcar.

-*-

Quando entro no estacionamento na manhã seguinte, percebo que este é o mesmo prédio de escritórios da clínica de fertilização. Recebi o endereço do site da CE no último minuto e não notei que os endereços eram idênticos, exceto o número do andar. Mas estou muito confusa para me preocupar com a estranha coincidência. 

Um Pai Para Meu BebêWhere stories live. Discover now