Cap.31

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Pov's Mirella

Batuco os dedos na mesa incessantemente, eu olhava para o relógio toda a santa hora, já estava no horário marcado e eu esperava no restaurante em que a secretária dele avisou que ele almoçaria.

Aqui só tem gente rica, dou graças a Deus por ter me arrumado bem. Mas estou no ódio por quê eu tive que comprar uma água de cinco reais só para poder ocupar uma mesa.

Que roubo.

Olho para a entrada mais uma vez e nada dele.

Calma Mirella, pessoas ricas sempre se atrasam.

40 minutos depois...

Acabou o horário em que marcamos.

Eu estava com vontade de chorar.

Me levanto da mesa deixando o dinheiro da água e saio daquele lugar batendo o pé.

Por quê eu me iludi? Até parece que alguém como ele daria atenção a uma bastarda. Eu sou uma idiota, imbecil, por pensar que ele mancharia seu outdoor de família perfeita.
Como o Vicente falou, eu sou o fruto de uma traição. Devo saber o meu lugar e meu lugar é no...

Mirella: Ai! - Caio de bunda no chão quando esbarro forte em alguém. - Não olha quem tá na sua frente nã...o Ai meu Deus. - levanto o olhar vendo o senhor Humberto em minha frente. - Humberto Ferraz? - me levanto rapidamente.

Ele me olha de baixo para cima me encarando sem expressão.

Humberto: Sou eu, e você é?

Mirella: Mirella. - estendo a mão. - Fui eu que marquei com o senhor, na verdade a minha avó, mas dá no mesmo.

Vejo seus olhos se arregalarem, sua mão vai para a boca e eu abaixo a minha sem saber o que fazer. Ele fica me analisando por um tempo até abrir um minúsculo sorriso.

Humberto: Você é a Mirella, minha filha? - pergunta e eu faço uma careta.

Mirella: Minha mãe diz que sim. - digo um pouco envergonhada.

Pessoalmente ele é um pouco mais velho que nas fotos, mas seu jeito rígido e pomposo continua. Me peguei procurando semelhanças dele comigo, achei algumas, nada muito aparente.

Humberto: Hum...desculpa o atraso, tive uma reunião de última hora muito importante. - ele aponta novamente para dentro do restaurante e caminhamos para lá.

Ele tinha algo mais importante que eu para fazer, claro.

Entro novamente no lugar, e em vez da mesa afastada que escolhi antes, nos sentamos bem no centro do lugar. As pessoas me olhavam, provavelmente se perguntando o que eu fazia com ele.

Me ajeito na cadeira enquanto o garçom vinha rapidamente até nós.

Garçom: Boa tarde senhor Humberto, já sabe o que o senhor irá pedir? - pergunta educado.

Nossa, comigo ele nem olhou na minha cara.

Mas também, não sou importante.

Humberto: O mesmo de sempre, por favor. - fala colocando um guardanapo no colo.

Que vergonha, eu aqui toda torta na cadeira.

O garçom anota e depois me olha esperando eu falar o pedido.

Mirella: Eu não vou querer nada. - sorrio fraco.

Essa porra aqui é o olho do meu...

Humberto: Por quê não? - me pergunta.

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