Cap.21

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Pov's Mirella

Uma semana depois...

Os dias estão passando bem rápido.

Uns dias atrás o Sebastian me mandou a seguinte mensagem.

[10:37]Sebastian:
"Vamos ter que dá um tempo nos estudos baixinha, aconteceu umas coisas aqui, mas garanto que logo volto a te ajudar. Por favor, estude em casa, segue aquele cronograma que eu te passei, vou cobrar depois." - lida.

Então nesses dias para cá eu venho estudando sozinha. As vezes ele me pede pra eu mandar foto das anotações que fiz, para ele ter garantia que eu estava estudando.

E outras vezes eu até mando fotos que não são do estudo.

O Rafael andava um pouco afastado, sempre na boca e quando voltava sempre com pouca conversa.

A Mia e o Vicente vivem aqui, passamos sempre a tarde toda assistindo série e fofocando.

Minha casa está quase toda reformada, acho que já posso voltar para lá. Quero minha privacidade de volta. Não que morar com Rafael seja ruim, mas ainda prefiro meu lar doce lar.

Nesse momento estou voltando com o Vicente de uma padaria, estávamos quase perto do morro quando passamos por uma blitz, policiais haviam rendido vários homens, e o que se via de comum ali era que todos eram negros...mostrando o quanto essas pessoas hipócritas são racistas.

Mirella: É triste ver uma coisa dessas. - falo diminuindo os passos.

Vicente: Mulher, não para não, doida. - me puxa.

Mirella: Você percebeu? - aponto sendo puxada. - Eram todos negros, aposto que eles só pararam essas pessoas por causa da cor da pele! Isso é uma injustiça! - falo um pouco mais alto e o Vicente arregala os olhos. - Como um país, que a maioria da população é negra, pode ser tão racista, tão preconceituosa. Depois vem zé povinho dizer que não existe racismo no Brasil. Que não existe discriminação.

Vicente: Mirella, não é hora de militar, eles estão olhando para cá.

Mirella: Eu espero que tenham ouvido. - encaro aqueles policiais de um jeito sério. Vicente tremia do meu lado.

Vicente: Senhor nos proteja. - caminhamos rapidamente até o morro, só pude ouvir o suspiro de alívio do Vicente quando passamos pelos homens na entrada. - Um dia desses tu ainda nos mata, poc.

Eu ainda estava irritada com aquela situação.

O Vicente ficou na casa da Mia e eu segui para a do Rafael.

Chego na casa do Rafael abrindo a porta na maior força, assustando quem estava dentro.

Maju: O que foi isso dona Mirella? - vejo aquela grávida colocar as mãos na cintura me encarando.

Mirella: Piranha! - corro a abraçando. - Não te vejo dês do chá.

Maju: Vim fazer uma visitinha aos meus irmões e a minha animal de estimação. - faço cara de indignação mas acabamos rindo.

Mirella: Teu cu que é animal de estimação.

Maju: Ei, não xingue na frente do bebê. - alisa a barriga. - Ele ouve tudo.

Mirella: A única coisa que essa nenê ouve, é suas vermes dançando. - ela me dá um tapa.

Vou até a cozinha e coloco as sacolas na bancada.

Maju: Soube da sua casa. - ela fala.

Mirella: É, foi literalmente fogo no parquinho. Mas ela já tá quase pronta, acho que hoje mesmo eu volto para lá. - digo.

Meu RecomeçarWhere stories live. Discover now