Capítulo Treze

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– Ai

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– Ai. Meu. Deus! – grita Isabela na minha orelha, me fazendo afastar o telefone do ouvido pra não ficar surda – Mas você tá bem, né?

– Tô sim, Isa. – digo pela milésima vez, tentando acalmá-la – Está tudo bem.

– Aquele imbecil podia ter te matado! – ela grita de novo, histérica.

– Podia, mas no fim das contas só me ralei e me molhei um pouco... – suspiro.

Assim que cheguei em casa só queria cair na cama e morrer. Estava exaurida física e emocionalmente, porém sem chance de deitar na minha cama, limpinha, imunda do jeito que eu estava. E sem chance de dormir também, já que existia a suspeita de concussão.

Assim, deixei a roupa molhada na janela pra ver se secava e tomei um banho bem quente. Quando sai me distrai cuidando dos meus filhos felinos, porém o cansaço venceu e acabei caindo na cama de uma vez.

Estava quase me perdendo nos braços de Morfeu quando meu celular começou a tocar, assustando a mim e aos gatos que dormiam comigo.

Sempre digo que Isabela parece ter um radar pras coisas.

Ela sente quando algo está errado e liga como um cão farejador, querendo saber se estou bem. Sempre. Sendo assim, ao ver o rosto sorridente da minha amiga na tela do celular, não tive outra saída a não ser me preparar para narrar em detalhes a tarde que eu havia tido.

Agora que terminei ela parece desesperada com meu bem estar, mas sei que logo mais vai vir pra cima de mim com tudo, querendo saber sobre Will.

– Mas então. – ela diz, um pouco mais calma, e sei que lá vem – Quer dizer que o bonitão foi te resgatar com armadura brilhante e cavalo branco, hein.

– Cala boca. – digo, me afundando mais nos travesseiros, mas não posso disfarçar o sorriso idiota na minha cara.

– Detalhes, Camille. – Isa exige – Eu quero DE-TA-LHES.

É quando me preparo para contar tudo sobre ele para minha melhor amiga, relembrando o momento em que entrei dentro daquele veículo.

Senti o característico frio na barriga quando Will sorriu pra mim daquela forma, antes de sair com o carro. E meu nervoso só piorou conforme fomos ficando mais e mais presos no trânsito da cidade. Saímos no horário de pico, o que significava que estava um trânsito desgraçado.

O percurso que faço normalmente de bike em apenas 20 minutos já ultrapassava a marca dos 45 no carro luxuoso de Will. Nesta altura do campeonato eu já havia perdido as contas de quantas vezes ameacei fugir dali de dentro e largá-lo para seguir o resto do caminho a pé.

Não era só o trânsito que me inspirava esse impulso. Olhar para o lado e contemplar o perfil esguio de Will, sentindo o cheiro dele impregnado dentro do veículo inteiro, não estava fazendo nada bem para a minha sanidade.

Cara ou Coroa - Dois Lados da Mesma MoedaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora