— Quem é você?

— Ora, ora, achei que nunca perguntaria por isso. — bate com os dedos na mesa. — Ah, é, só o velho milionário é importante. Milionário. — começa a rir. — Com ''m'', não com ''b''.

Sai do seu lugar e dá a volta na mesa.

Quem é essa garota?

— Quem é você? — pergunto novamente.

— Sou maior que você, se quer brincar de ego, eu também sei brincar. — vira para mim. Eu diria que ela tem uns vinte e cinco anos, é alta, tem o corpo curvilíneo, é negra, olhando bem agora, eu acho que já a vi em algum lugar... Porra! — Por favor, diga que esses olhos fechados com força e essa cara de decepção é porque você entendeu quem sou.

— Eu quero falar com o governador.

— Oh, cara, eu imaginei que fosse mais esperto que isso. — abre os braços. — Mas tudo bem, me mandaram aqui porque ninguém de máxima importância quis perder tempo com você.

— Quero falar com o governador! — grito.

— Grite com sua mulher, não comigo. Espera, ela morreu! — começa a rir. — Coração e cabeça arrancados. Meu Deus, que sádico! Você viu sua esposa sem cabeça?

Fecho minhas mãos com força, para não esganar essa garota.

— Você não vai falar com o governador, engula o seu ego e fale comigo.

— E por que demorou a falar sobre o assunto? — pergunto. — Por que não avisou que a minha conversa seria com você?

— Porque eu gostei de te ver nervoso, me deu vontade de sorrir. Minha alegria do dia. Então, Gianluigi, do que se trata essa reunião?

— E por que o governador não virá?

— Nem se ache, cara, não pense que é por medo. Ele não está aqui porque, como digo, ninguém de máxima importância quer perder tempo com você.

— Então você não é importante? — arqueio a sobrancelha. — Briga de ego...

— Sabe quem sou, a filha de um dos caras que fez parte do negócio e hoje em dia sofre uma prisão torturante. E eu até acredito que esse sofrimento será mais valido para você, Gianluigi, sabe por quê? Eu vi o olhar daquele homem se desfazendo aos poucos, vejo como ele implora pela morte, mas ninguém dará isso a ele. Então eu penso, será que um sofrimento perpétuo não é mais sádico? Saber que todos morreram de maneira trágica, menos você?

— Eu não sei de quem está falando...

— Você sabe quem sou e quem é meu pai. Mariana, essa sou eu, e para que saiba mais, sou afilhada do Alberto Muñoz.

Puta merda!

Estou ferrado!

Meu coração acelera, sinto o ar faltando em meus pulmões e o meu peito apertando.

— Ah, cara, não enfarta! Eu quero continuar com essa conversa e torço para que me escutem e acreditem que te torturar eternamente é bem melhor.

Sento no sofá, afrouxo o nó da minha gravata e pego a jarra com água e um copo que estava na mesa de centro, encho o copo e bebo todo o líquido.

— Eu esperava muito mais. Bem que meu padrinho, os outros afilhados e os senhores do cartel estavam certos. Não poderiam perder tempo com um cara que cai sentado só de escutar quem sou.

Tudo que acontece nesse país tem o dedo do cartel, até mesmo as eleições, quem é eleito, porém, por termos um dos senhores das drogas lá dentro, ficava mais fácil de fazer os nossos negócios despercebidos, agora que não temos, estamos caindo um por um...

Uma família para o mafioso - Em busca da filha perdida (Livro 1 e 2)Where stories live. Discover now