the most scared of all

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A música havia parado por algum motivo, enquanto pelo chão vários talheres haviam sido derrubados, como se uma multidão tivesse passado por ali sem se importar com o que tinha pelo caminho.

Finn andou alguns passos a minha frente lentamente, enquanto procurávamos por algum "sinal de vida" no lugar. Era estranho pensar que algo ruim poderia ter acontecido. Era como me imaginar em alguma espécie de filme de terror, onde o assassino te espera na próxima esquina, escondido em algum lugar escuro, esperando que você se aproxime pra... Afastei esse pensamento de minha cabeça. Estávamos quase na escadaria da entrada do internato agora. Finn parou e observou a porta entreaberta. Estava escuro lá dentro, e mais uma vez sem nenhum sinal de que alguém estaria lá.

─ Acho melhor darmos a volta. - Finn sussurrou.

Talvez não fosse uma boa idéia entrar pela porta estranhamente entreaberta da frente. Concordamos nisso e fomos em direção a porta dos fundos, mas antes mesmo de chegarmos até lá, alguém que corria desesperadamente bateu de frente com a gente.

─ Jesus, Grazer. - Finn falou batendo o "pó" da roupa ao se afastar de Jack.

Jack estava assustado, assustado o suficiente para não responder a provocação de Finn.

─ Jack, o que houve? - Falei segurando seus ombros, tentando acalmá-lo.

Jack estava olhando pra trás e ofegante, como se estivesse com medo de que algo o estivesse seguindo. Depois de um tempo repetindo os olhares assustados e as olhadelas para trás, ele finalmente nos encarou.

─ É a Mary. - Ele disse com os olhos arregalados. 

Ouvimos um galho se quebrado próximo a nós, Jack assustou-se novamente.

─ Vamos. - Ele disse nos empurrando. ─ É melhor não ficarmos aqui.

Depois disso corremos até a orla da floresta. Finn disse que conhecia um lugar onde poderiamos ficar, que no fim acabou sendo um enorme arbusto onde nos abaixamos atrás. De lá, tinhamos uma boa visão do internato, que estava estranhamente silencioso. As únicas luzes que podiamos ver eram as luzes das lâmpadas que Mary tinha pendurado para decoração no dia anterior.

─ Quer nos falar que merda ta acontecendo? - Finn sussurrou enquanto desviava o olhar do internato para Jack.

─ E-eu... - Jack começou a falar, mas nesse exato momento ouve um enorme som de algum tipo de máquina se desligando, e o internato se transformou em um breu, muito mais do que antes. Agora, sem lâmpadas. Sem nenhum tipo de luz.

─ Os geradores devem ter sido desligados. - Finn falou.

─ Como assim? - Falei. ─ Está dizendo que alguém os desligou ? - Dei ênfase no "alguém".

─ Esse lugar é velho. Sem muita tecnologia. - Finn disse enquanto apertava os olhos para ver a nossa frente. ─ Se tem um gerador desses em algum lugar ele é feito pra não desligar assim do nada. Especialmente em uma situação dessas.

─ Tem razão. - Jack falou parecendo voltar a si finalmente. ─ Alguém fez isso.

Finn olhou em seu relógio de pulso. ─ Já são quase onze horas.

─ Ah cara, eu não acredito nisso. - Jack falou colocando a mão entre os cabelos.

Finn e eu nos olhamos, depois, desviamos o olhar para encarar Jack.

Jack pensou por muito tempo, encarando os joelhos e as folhas secas no chão, quase invisíveis no escuro. Depois, ergueu o olhar para nós.

 ─ Mary está morta.

Internato | Finn WolfhardTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon