panic and letters;

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Os policiais que chegaram quando o dia amanhaceu eram de um pequeno vilarejo, que na realidade era a civilização mais próxima do internato. A diretora contou que Mary havia caido da escada e batido a cabeça, assim causando sua morte. Os policiais, pouco experientes com esse tipo de coisa (já que nada nunca acontecia em seu vilarejo) acreditaram.
A diretora ficou fora aquele dia todo. Não importava se ela acreditava que tivera sido um acidente ou assassinato, Mary estava morta de qualquer forma. E ela, abalada.

Todos estavam em pânico, corriam que nem loucos fazendo suas malas e tentando ligar para seus pais, mas não tinha sinal telefônico em nenhum dos aparelhos. Depois disso uma garota teve a brilhante idéia de que todos então escrevessem uma carta, pedindo para que seus respectivos pais viessem buscá-los ou algo do tipo.

Todos estavam com papéis e canetas na grande mesa da sala de jantar, já que agora, qualquer pessoa em sã consciência se recusava a ficar sozinha por qualquer parte do internato que fosse.

─ Você não vai escrever nada? - Perguntei depois de olhar para o papel em branco de Finn.

─ E o que eu diria? - Ele respondeu. ─ "Hey, sou eu, Finn. Sei que não nos falamos faz muito tempo e vocês estão cagando pra mim, mas poderiam vir me buscar por favor? Uma pessoa morreu". - Depois de dizer isso ele levantou bruscamente da cadeira e subiu para os dormitórios.

─ O que tem de errado com ele? - Jack falou sentando-se ao meu lado.

Dei de ombros.
─ Eu não sei. Acho que ele não se dá muito bem com a família.

─ E com quem ele se dá bem? - Jack respondeu, depois logo continuou, mudando de assunto ─ Cara, minha mãe vai pirar.

─ Acho que todas vão. - Falei cabisbaixa.
A verdade era que eu, assim como todos os outros estava em pânico e queria sim ir embora o mais rápido possível depois do que aconteceu. Mas isso também significava que eu nunca mais veria Finn, ou Jack, as meninas e até mesmo Jaeden.

─ Não esqueçam de colocar o endereço de suas casas. - A garota que havia tido essa ideia falou da ponta da mesa. ─ O carteiro recolhe as cartas as seis em ponto de hoje.

O relógio tinha marcado cinco horas quando todos terminaram suas cartas, que se resumiam basicamente em : "mãe, pai, isso não é uma pegadinha. Por favor venham me buscar logo. Algo ruim aconteceu" ou "MÃE UMA PESSOA FOI MORTA ME TIRA DAQUI RÁPIDO" .

A garota recolheu todas as cartas e foi até a porta, mas antes de girar a maçaneta, caminhar pelo longo caminho de pedras até o portão de entrada onde a caixa de correio estava, ela parou.

A verdade era que ela não havia pensando nessa parte. Quem levaria as cartas até lá? O dia ia começar a escurecer em breve, e ninguém queria sair do internato.

─ Eu levo. - Uma voz veio do canto da sala, fazendo todos olharem para lá. Era Jaeden.

Estava parado com as mãos nos bolsos em uma parte mal iluminada do lugar. Alguns cochichos começaram a se estender pelo cômodo, e Jaeden começou a caminhar em direção a garota e as cartas, fazendo um toc toc cada vez que seu sapato de couro entrava em contato com o chão.

Parou na frente da menina e sorriu. Depois, esticou a mão. Ela relutou por um momento, mas depois, com a mão trêmula as entregou.

Todos ficaram em silêncio, um silêncio constrangedor. Ou, um silêncio do tipo quando se está assustado demais e não se sabe o que dizer ou fazer.

─ Eu vou com você. - Kate falou levantando de sua cadeira, surpreendendo a todos.

─ Não é necessário. - Jaeden falou com uma voz fria. ─ Eu sei andar sozinho. - Disse e então sorriu, abriu a porta e saiu.

Internato | Finn WolfhardWhere stories live. Discover now