Lightning - Novas Espécies (Livro 2)

Capítulo 33

-Lightning, o que houve? – Daiana tinha feito biscoitos de gengibre, que era uma receita de natal, mas resolveu fazer fora de época para agradar seu macho. Queria muito agradece-lo pela noite maravilhosa que tiveram, e foi lhe fazer uma surpresa, mas a surpresa foi sua quando o encontrou com feridas no rosto – Quem te machucou?

-Foi só uma briga, linda. Eu estou bem – Beijou seu rosto onde estava roxo.

-Uma briga? Por que, fofinho? O que houve?

-O Fury bateu no Fear. Eu fui defender.

-Caramba, o Fury? O que deu nele?

-Foi um mal entendido, linda. Está tudo bem.

-Não está. Você está todo machucado... – A puxou para o seu colo, lhe beijando. Depois olhando em seus olhos de um jeito apaixonado.

-Estou bem, linda. O lado bom é que Fear confia em mim agora.

-E ele está bem? Ele nem deve saber lutar...

-Não sabe mesmo. Mas não se machucou muito. Eu cheguei a tempo.

-É meu macho – Disse em um tom de orgulho, o fazendo fazer a cara fofa que tanto amava.

Acompanhou seu olhar quando Lightning se virou para Fear. Era notável sua beleza, sem dúvida alguma. Achou curioso que seu cabelo era branco, mas os cílios e a sobrancelhas serem mais escuras. Se não fosse um Nova Espécie, diria que seu cabelo foi pintado. Estava visivelmente assustado, agarrando com força uma pelúcia de elefante. Estava com o rosto um pouco inchado, provavelmente do soco que levou.

-Fear, quero te apresentar minha fêmea, Daiana. Linda, este é o Fear.

-É um prazer te conhecer, Fear. Lightning falou muito de você – Se levantou para cumprimenta-lo, mas ele se afastou, olhando com medo para o canino.

-Não precisa ter medo dela, amigo. Ela não vai te machucar.

-Mas você vai, se eu chegar muito perto dela.

-Não! Não Fear. Eu não vou agir como o Fury. Não vou te bater por chegar perto da minha fêmea. Só rosnaria para você se tentasse corteja-la, mas sei que não fará isso - Se aproximou dele, lhe estendendo a mão, esperando que o tocasse, e o fez.

Também pegou a mão de Daiana e fez ambos segurarem a mão um do outro. Daiana sabia que Lightning normalmente ficaria com ciúmes, mas queria mostrar para Fear que não faria nada com ele.

– Viu?! Está tudo bem – Olhou para ela com seus lindos olhos felinos, e lhe deu o sorriso mais amigável que sabia fazer. Ele também deu um sorriso de canto, soltando de sua mão.

-Eu senti um cheiro bom. Pensei que tinham trago a comida. Estou faminto.

-Eu trouxe comida – Daiana pegou o belo pote de porcelana que tinha trago com os biscoitos.

-O que é isso? – Lightning perguntou, mas já pegando um dos biscoitos e comendo – Que gostoso! Como tudo que você faz, linda – Beijou seu rosto – E você também, é claro – Lhe deu uma piscadela, a fazendo corar.

-Seu bobo. Experimente, Fear – Aceitou – São biscoitos de gengibre com creme. Normalmente tem chocolate, mas troquei um pouco da receita para não te fazer mal.

-Sempre cuidando de mim... – Beijou sua testa, recebendo um abraço por isso.

-O velho que cuidava de mim me dava isso, mas era muito raro...

-É que eles costumam ser feitos no natal. Sabem o que é o natal?

-Sim.

-Não – Daiana ficou surpresa por Lightning não saber.

-Não sabe o que é o natal, Light?

-É que o natal é uma tradição cristã, e Luci nos ensinou outras tradições. Nós das rinhas comemoramos o equinócio, o fim do inverno e início da primavera.

-... Vocês são uma enorme família, não é?! – Lightning sorriu.

-Sim! Luci diz que somos o clã dos Atlantic.

-Clã? – Sorriu.

-Sim. Guerreiros, ela diz. E você será parte deles – Disse determinado, a segurando nos braços.

-Uma cristã com vikings? – Arqueou as sobrancelhas.

-Posso ser um cristão, por você, linda – Acariciou seu rosto – Só preciso que me ensine – O abraçou, tocada por estar disposto a aprender a ser um cristão apenas para lhe agradar.

-Eu te amo, Lightning! Meu fofinho...

-Minha linda... – A apertou mais no abraço, afundou o nariz em seu pescoço – Também te amo. Muito mesmo! – Ficaram longos segundos abraçados, até ela perceber o desconforto de Fear.

-É claro que te ensino as tradições cristãs, lindo – Se afastou para o olhar nos olhos – A começar pelo natal. Você gostaria de aprender também, Fear? Assistir alguns filmes...

-Gostaria de assistir filmes – Sorriu novamente com a sua sinceridade.

-Tudo bem. Te contarei sobre cristianismo mais tarde, fofinho.

-Ok.

Passaram boa parte do tempo assistindo filmes. Ficaram lá até as 4 da tarde, que foi quando Ashley voltou de uma reunião em que conheceu a força tarefa com quem trabalharia. Vendo que Fear se sentia a vontade com ela, Lightning voltou para casa, querendo passar mais tempo com Daiana. Depois de uma sessão de amores (se é que você me entende), Lightning deitou em sua barriga, pensado como ela ficaria linda crescendo com o futuro fruto de seu amor. Imaginava, mas ouvia atentamente enquanto ela começou a explicar sobre seus costumes e crenças, também explicando sobre os grupos de ódio, como distorciam ensinamentos da bíblia para fazer tais barbáries; além de contar como isso aconteceu tantas vezes durante a história.

-Mas pelo que contou sobre seus ensinamentos, linda, até faz sentido essa crença deles de nos acharem uma afronta ao seu Deus, ou sei lá. Não digo que estão certos, mas faz sentido – Acariciou seus cabelos rajados.

-Eu diria que vocês foram bênçãos. Pense: Deus deu inteligência para que o homem desvendasse os segredos da vida. Vocês foram criados com o intuito da cura, no fim das contas. Como seres criados para curar podem ser afrontas a Deus? Vocês são bênçãos – Como sempre se derreteu de amores com seu olhar fofo.

-Benediction. Ou Blessing.

-Hum?

-Um nome para o nosso futuro filhote. Isso se quiser ter filhos comigo... – Abriu um largo sorriso, o puxando para um beijo – Isso é um sim?

-Seu bobo! Benediction é um lindo nome.

-Será nossa bênção – Beijou sua barriga, na altura do útero. Se bem que minha primeira bênção Deus já me deu. E foi você! – Se beijaram.

-Deus te abençoa todos os dias, fofinho. Basta saber olhar... - Continuaram trocando beijos, aproveitando a bênção de terem um ao outro.

Pela madrugada Daiana teve que se levantar e ir ao banheiro, novamente se sentindo enjoada. Agradeceu por não ter despertado Lightning, pois ele estava adorável dormindo. Mas correu de volta para o quarto para pegar o celular quando começou a vibrar com notificações de mensagens.

Seu coração parou por um minuto ao ver na imagem sua sobrinha com o rosto ferido e a seguinte mensagem:
“A vida dela pela sua. Ou a daquele vira-lata”.