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SEGREDOS OBSCUROS
Control – Halsey


Segredos. Eles são frágeis como uma bomba. Manter um segredo é como esconder uma bomba em contagem regressiva, mais tarde ou mais cedo irá arrebentar. A pergunta é, “Quando ela rebentar irá te prejudicar só a ti?”. A resposta é sempre não. Irá prejudicar todos há sua volta.

- Já estava há muito tempo há vossa espera. – falei com uma voz assustadora.

Entre adolescentes os segredos ainda mais frágeis são, porque os nossos corações são mais tolos e inexperientes. Porque os corações dos adolescentes foram feitos para serem quebrados.
No momento em que vi os cinco juntos, soube que todos escondiam algo. Sabia que haviam verdades escondidas e mentiras não ditas. Parece-me que eles não diziam nada uns aos outros. Parece-me que os segredos vão atrás de cada um.

*****

Eu corria pelo jardim de rosas negras sem parar. Eu olhei para cima sentindo o vento na minha cara e vi vários corvos a voarem pelos céus. Por um momento senti-me tão livre como eles. Eles eram tão sortudos. Eles voavam para onde queriam e ninguém os proibia disso. Nesse momento, com os meus cabelos ruivos a levantarem devido ao vento, eu senti-me um corvo. Eu senti que era uma deles. Senti que era alguém livre. Mas a liberdade é apenas uma ilusão.

- Estará morto? – a Rose perguntou fazendo-me voltar há realidade.

Estávamos os cinco na oficina velha que tinha no castelo do Adler.
Depois de o corvo cair no jardim, nós fomos buscá-lo para saber se ele estava vivo. O que nós não esperávamos era saber que o corvo nunca tinha estado vivo realmente.

- Provavelmente. Ele não respira! – o Adler adorava animais, principalmente todas as espécies de aves. Notava-se como ele estava a sofrer pelo corvo. Só eu tinha reparado que ele não era um simples corvo.

- Este corvo nunca esteve vivo sequer. – olharam todos para mim confusos. Eu aproximei-me do corvo que tínhamos pousado no meio da mesa de madeira e bati com a minha mão fechada no peito dele.

- Tens razão. – sussurrou o Adler.

Como eu esperava o corvo fez um barulho de metal quando bati nele com o meu punho. Ele era como um corvo robô.
Quando me afastei o corvo abriu os seus olhos, que eram roxos escuros, e levantou-se tentando voar. Ele não reparou que tinha uma corrente nas suas patas que o impedia de voar.

- Pensavas que ias fugir? Enganas-te. – o Dylan perguntou ironicamente ao corvo e logo a seguir lançou-lhe uma bola de água.

- Que fazes? – perguntou a Rose assustada agarrando nas mãos do Dylan. Eu percebi logo o que ele estava a tentar fazer. Ele queria matar o corvo robô para poder-mos abri-lo e talvez ver de quem ele era. Secalhar ele também achava que era demasiada coincidência um corvo robô ir contra a janela do quarto do Adler, onde estávamos os quatro juntos.

Nós os quatro sempre fomos um alvo para todos as pessoas que não gostam dos reinados. Sempre que se queriam vingar dos nossos pais era a nós que atacavam. Hoje em dia não é diferente.
O que se passava na cabeça do Dylan era a mesma coisa que se passava na minha. Há medida que crescemos mais inimigos fazemos.
Será que o corvo veio parar aqui de propósito ou foi uma mera coincidência? O problema é que reis não podem arriscar.

- Temos de saber o que está dentro dele e com ele vivo não será fácil. Temos de danificar o seu sistema. – disse o Dylan frustrado por o seu poder não ter funcionado.

- Deixa-me tentar então. – a Rose estava muito esperançosa, como sempre, mas claro que pela cara do Dylan já sabia que ia dizer algo contra ela.

𝐎𝐬 𝐄𝐥𝐞𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬Onde as histórias ganham vida. Descobre agora