05. saudades

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Mexeu na cabeleira azul enquanto esperava a sua mala chegar e ser demonstrada para todos os pares de olhos ali presentes. Já estava no Japão, a viagem correu bem e tranquila; no meio do processo pôde descansar os olhos, acabando adormecendo pelas pouquinhas horas de voo. Conseguiu dormir apesar da dor ainda fazer-se presente, precisava urgentemente de uma boa noite de sono, estava super cansado.

Só queria a sua cama.

Assim que avistou a sua mala não demorou muito para pegá-la e dirigir-se até à entrada do aeroporto. Sabia que o esperavam do lado de fora, então tratou de se apressar. Quanto menos demorasse mais tempo ele tinha para descansar. Viagens desgastavam-no não importando o tempo que permanecia no ar, tudo cansava-o de uma maneira inexplicável. Os acontecimentos passados ajudavam no cansaço, então não era preciso pensar muito para encontrar um motivo "credível" para justificar o seu sono que pesava cada vez mais.

O aeroporto estava cheio e dificultava-o para se locomover e começou a ficar irritado. Apesar de ter pisado ali algumas vezes, ainda não conseguia dizer que estava habituado àquilo. Nunca gostou de sítios fechados ou abertos com imensa gente, faltava-lhe o ar.

Livrando-se da multidão excessiva — pensava que era um exagero para um dia — conseguiu sair do aeroporto e respirar o tão "novo" ar. Não era cem porcento novo já que visitara o Japão algumas vezes, mas, pelo tempo que demorava a pisar ali outra vez era imensa. Jaemin gostava do Japão; era um país magnífico, um das maiores fontes de criação ao redor do mundo, sempre com novas novidades a bater à porta, país super desenvolvido, com troques na manga... Jaemin nomeara Japão inexistente pela aura que transmitia sempre que pisava o território, era magnífico.

Apesar de ser o país onde o seu pai nascera, Jaemin continuaria escolhendo o seu país de origem. Já recebera vários pedidos vindo dele para viver no Japão e fazer a sua vida ali. Mudava imensas coisas, mas era idêntico numa: nas corridas. Japão era um dos maiores países do mundo ilegal em questão de corridas, armas e dinheiro sujo. Não que Coreia fosse muito diferente, mas acreditava que o Japão era pior — podiam-se igualar.

Mas a real questão não era realmente essa. Jaemin apenas não queria largar a sua cidade, onde nascera, onde crescera, onde fizera tudo da sua vida. Amava Busan com todas as suas forças existentes e inexistentes. Nunca largaria Busan, nem que lhe pagassem mais do que recebia mensalmente. Jaemin era uma pessoa familiar, gostava das suas origens e do que lhe era proporcionado, por isso que nunca largaria Busan por ser super interligado à cidade; amava cada canto, cada agitada das ondas, do sabor dos dotes culinários... Impossível conseguir descrever o seu sentimento para com Busan.

Procurou uma das pessoas que sentia mais saudades no mundo que sempre cuidou de si desde novo, encontrando-o acenando em sua direção, sorrindo admiravelmente.

— Jaemin! — Sem mais delongas, o azulado sorriu contente, andando com rapidez até o chinês o abraçando.

— Winwin, quantas saudades! — Disse feliz por vê-lo passado tantos meses afastados, mesmo que falassem por mensagens e chamadas, nada era igual como sentir os braços dele em torno de si e ouvir a voz tão pura e fofa.

— Como tu cresceste tanto... — Analisou-o de cima abaixo depois de desfazer o abraço caloroso. — Deves estar cansado. — Viu o cansaço presente nas feições do mais novo.

— Por acaso, sim. Preciso urgentemente de descansar. — O cansaço que Jaemin sentia estava bem visível para todos que analisavam-no cautelosamente.

As pequenas conversas mas destruidoras que tivera com Taeil e Xiaojun antes de partir ainda rondavam a sua mente fraca, fazendo-o repensar no passado, quando estava tudo bem e Jaemin era somente uma criança crescendo que só via o bem nas pessoas. Agora, crescido e mais forte, continuava afetado pelo o que já havia ter ultrapassado à muito. E o tempo que passou na esquadra sentado naquela cadeira de metal super desconfortável horas seguidas e com as dores de cabeça não ajudaram muito. Precisava de mais descanso, uma hora não dava em nada.

Ridin'Where stories live. Discover now