Capítulo 38- A casa caiu

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Kevin PDV

24 horas antes do acidente.

-Consegui!!! - Festejei assim que tinha acabado de desligar uma ligação super importante.

-Conseguiu o que? - Bruno perguntou desviando sua atenção do notebook que ele estava.

-Achei a tal editora que Sebastian Jones está fechando contrato para publicar a autobiografia não autorizada de Violet.

-Isso é demais! - Ele se animou.- Como você conseguiu isso?

-Eu tenho meus contatinhos externos para isso. Agora  vem a sua parte, você falou com seu amigo advogado?

-Falei, ele já começou a fazer o pedido para uma liminar contra a publicação do livro assim que eu mandar todos os dados da editora ele já vai mandar pra um juiz analisar a situação, com certeza Sebastian irá alegar liberdade de imprensa, mas toda liberdade tem seus limites, ele não pode expor assim uma pessoa dessa maneira. 

-Temos que tomar cuidado, por que se Sebastian sonhar que estávamos fazendo isso, ele vai arrumar um jeito de conseguir publicar o livro de outra forma nem que seja vazando na internet. -Falei. Era o meu maior medo no momento.

-Antes dele pensar em fazer isso já vai está respondendo a um belo processo, ele deu o próprio tiro no é.

-Pronto, Sebastian já foi, agora vamos para a Diaba loira, que horas ficamos de ir confrontar o médico?- Perguntei. Bruno olhou o relógio no seu pulso.

-Daqui a duas horas temos que está na clínica.

Meu celular começa a tocar e quando eu vejo o número toda a minha animação se vai por completo. Fazia alguns dias que Liam não parava de me ligar e mandar mensagens, eu só respondia dizendo que estava lotado de trabalho, mas minha vontade era dizer tudo que estava entalado desde que eu descobrir que ele estava armando contra a própria irmã e que na verdade ele só estava me usando para atingi-la, tudo não passou de um fingimento e eu como um belo otário que sou acreditei no papinho furado dele, pensei que finalmente tinha entrado em um relacionamento onde o sentimento era recíproco. Mas era sempre assim, eles sempre partiam meu coração no final.

-É o Liam? - Bruno perguntou enquanto eu olhava para a tela do celular.

-Sim, é ele. Infelizmente eu ainda não o dispensei. 

-Talvez seja muito cedo ainda, ele pode perceber que você sabe de tudo.

-Eu sei disso, por isso sempre fico dando desculpas. Mas é que eu não aguento mais isso tudo, saber que ele está mentindo pra mim e que me usou esse tempo todo, ás vezes dá vontade de chutar logo o balde e expor o canalha que ele é. Bem que Violet sempre me alertou sobre ele e eu besta não acreditei nela. 

-Quando estamos apaixonados fica difícil ver as coisas. Você não tem culpa nisso Kevin, esse canalha te usou, feriu seus sentimentos, mal sabe ele o que está perdendo, com o pouco que eu te conheço eu percebi a pessoa maravilhosa que você é, repito mais uma vez que ele foi burro de ter jogado tudo pelo ralo, porque se eu tivesse alguém como você ao meu lado eu iria ser muito feliz. - Tá legal, aquelas palavras me pegaram desprevenido.

-Você...Você seria? - Perguntei ainda chocado. 

-Porque não seria? Você é uma boa pessoa Kevin, tem um coração enorme batendo ai dentro, a pessoa que ficar com você será muito sortuda. 

-Ninguém nunca falou algo tão bonito pra mim, eu sempre pensei que era azarado nesse assunto de amor. Na verdade tudo na minha vida começou muito complicado, eu vivia em uma cidadezinha no interior do Texas, onde praticamente ninguém aceitava gays, era um assunto tratado como doença. Minha família era uma dessas pessoas intolerantes, então você imagina como foi difícil crescer em um lar onde você se achava uma aberração? Eu passei anos não querendo aceitar esse meu lado, até que chegou o ensino médio, na escola eu tinha uma amiga chamada Amybelle, nos dois fingíamos ser namorados só para minha família não desconfiar que eu era "diferente" passava as tardes na casa dela testando maquiagens, até o dia em que a mãe dela chegou mais cedo em casa e nos pegou na nossa sessão de beleza. Ai você já deve advinha o que aconteceu, os pais dela falaram para os meus pais, eles falaram que eu era a vergonha da família e eu fui tratado como lixo até fazer meus dezoito anos, eu tinha juntado um dinheiro e fui para Nova York, arrumei um emprego de ajudante de palco e foi ai que eu conheci a Violet e finamente eu descobrir que poderia ser livre longe dos julgamentos.  

-Uau...Estou sem palavras. - Bruno falou, assim que eu terminei de falar. - Você passou por muitas coisas, mas veja só você se tornou um vencedor, não deixou que nada desviasse o seu caminho. 

-É tem razão, sem falar que eu finalmente posso usar maquiagem sem ser escondido. - Nos dois começamos a rir. - E você? Foi difícil também se assumir? 

-Minha família meio que já sabia, então não foi um choque pra eles quando eu contei a verdade. Lembro até hoje o que minha mãe falou, ela disse exatamente assim "Eu fico feliz por você ter se aceitado, mas tenho medo que o mundo não aceite e você acabe se machucando" Até quando as pessoas serão tão intolerantes? 

-Nossa! Sua mãe é uma rainha por falar isso, como eu queria que a minha pensasse dessa forma. 

-Não se importe com as pessoas que não te aceitam, no fundo elas nem se aceitam. 

-Verdade. - Eu olho para ele admirado com suas palavras, sem falar que eu achava aquele jeito intelectual dele extremamente sexy.

-Sabe...Eu pensei que...Depois que tudo isso passar nos dois poderíamos sair um dia desses. - Ele falou timidamente. 

-Eu iria adorar. 

24 horas depois...

Foram horas de desespero, desde que a ambulância chegou ao local que Bruno tinha sido atropelado até ele ser levado desacordado para o hospital. Eu não conseguia parar de tremer com a cena que se repetia sempre na minha mente, ele tinha me salvado de ser atropelado, se não fosse por ele eu poderia está morto, e agora ele estava ali correndo risco de vida. Quando chegamos ao hospital eu também fui atendido já que tinha alguns arranhões pelo corpo pela queda que eu tinha sofrido quando Bruno me empurrou.

 Quando a enfermeira estava me limpando a policia chegou para falar comigo sobre o ocorrido, eu contei tudo que aconteceu, sem ocultar a parte alguma, os policiais me informaram que o médico foi preso por uma blitz por dirigir em alta velocidade e acabou confessando o ocorrido. Eu só queria noticia de Bruno, desde que cheguei ao hospital ninguém me informou nada sobre ele e aquilo estava me deixando maluco, pedi a uma enfermeira para procurar saber sobre o estado dele.

-Acabei de saber sobre o seu amigo. - Ela falou assim que voltou. Me levantei em agonia em querer saber logo sobre ele. 

-Como ele está? 

-Não precisa se preocupar, ele não está em estado grave, o médico falou que ele sofreu uma lesão no braço e que desmaio por conta do choque na cabeça, estão fazendo exames nele para saber se está tudo bem na cabeça dele. - Foi um alivio enorme ouvir aquilo, Bruno estava bem isso era o que importava.

-Muito obrigado pela informação. -Agradeci.

-Você está liberado, os dois levaram sorte, poderia ter sido bem pior. - Só de pensar aquilo já ficava arrepiado. 

Sair da enfermaria e quando cheguei na recepção encontrei Violet e Edgar eu tinha mandando uma mensagem para eles quando estava na ambulância, assim que eles me viram vieram até mim, Violet me deu um abraço apartado, ela parecia bem apreensiva. 

-Graças a Deus você está bem! - Ela falou ainda abraçada a mim, era tão bom vê-la. 

-Kevin o que aconteceu? Como está o Bruno? - Edgar pergunta preocupado.

-Ele está bem, a enfermeira acabou de dizer que ele não está em estado grave só machucou o braço, mas precisa fazer uns exames para ver se está tudo ok. - Meus olhos se encheram de lagrimas pelo alivio que ele está fora de perigo. - Ele me salvou, se ele não tivesse me empurrado a tempo eu não sei o que poderia ter acontecido... - Comecei a soluçar, Violet segura minha mão. 

-Quem foi esse doido que atropelou ele? - Ela perguntou. 

-Esse é um assunto complicado, eu não queria ter que dizer isso tudo agora, mas com a proporção que as coisas tomaram eu preciso contar logo tudo que está acontecendo. A pessoa que atropelou o Bruno tentou mesmo nos matar. 

-Mas por que ele queria matar vocês? - Edgar pergunta. 

-Por que nos descobrimos algo que vocês deveriam saber. - Eu pego meu celular do bolso. - Tem algo que você precisa saber sobre a Georgia. - Eu coloco no vídeo e entrego para ele que me olha sem entender nada. 


Meu Céu VioletaWhere stories live. Discover now