Coisas de tradição: Um amor amaldiçoado

Aparição da maldição

Nicholas Narrando:

Desci para comer e quando cheguei estavam todos à mesa prontos para o jantar. Eu estava animado e desci já falando...

- O jantar não sai? Eu estou morrendo de fome!

- Saiu sem almoçar, por onde andou? Perguntou meu pai

- Em casa do Nico. Eu respondi acreditando na minha própria mentira...

- Lá você não estava. Nós estivemos lá, falando do casamento dele. Disse minha mãe com seus olhos fixos em mim. ...Foi uma boa brecha para desviar o assunto.

- Casamento? Como assim?

- Ele vai se casar com Nwatsukunyane. E os pais estão preparando os dotes que devem pagar.

- Vão pagar dotes? Porquê? Nossa tradição não obriga. Perguntei  me sentado

Esmeralda: Sim, mas o jeito é esse ou não casar ou fugir com a menina, coisa que  acreditam que não seria boa ideia pois meninas que saem informalmente de suas famílias tendem ser viúvas negras.

Nico: Africanos e suas regras.

Eu não acreditava naquilo tudo eram falácias.

Nico: Coitada.

Efraime: Da Nwatsukunyane?

Nico: Não. Ela está em boas mãos. Coitada da Mweti, ela gostava mesmo dela.

Quando terminei de jantar fui ao quarto. Chegado lá eu me deitei não demorrou muito, eu adormeci. E no meio de um sonho tão marravilhoso, náuseas me acordaram.

Eu estava com febres, febres muito altas, dor de cabeça e tonturas. O que era aquilo eu nunca tinha me sentido assim... Eu estava  muito, mas muito doente mesmo.

Era obra dos defuntos  do rio que viram um branco a brincar no seu rio. Eu tinha duas opções: ou eu morria ou eu contava.

Minha mãe sentiu que eu estava precisando e veio me ver, logo que se deparrou comigo procurou um médico.

Quando o médico chegou, achou melhou me levar para o hospital.

Eu perdi meu sentidos.

Luana narrando:

Acordei feliz e me preparei para as tarefas.

Eu saí com a mamã. Ela ia para casa grande e eu ia daquela vez para o rio, lavar as roupas.

Não se falava de mais nada na comunidade além do casamento de Nwatsukunyane. Me dava uma tristeza sempre que eu olhava para ela. Eu lembrava de tudo que com ela passei e de tudo que com Jon passei. Não sabia se odiava a ela ou odiava o Jon, mas algo eu tinha certeza, meu amor por eles deveria deixa-los ser felizes.

Eu me aproximei delas, mas marquei uma distância considerável, Ndambi me viu e veio ter comigo.

- O que queres, Ndambi? Perguntei com o tom de voz apagado

- Isso que deves fazer. Moças dignas não devem se misturar contigo.

- Dizias o mesmo da Nwatsukunyane e hoje estás com ela.

- Ela não se  banha com o irmão.

- E meu irmão, Ndambi, irmão... qual é o seu problema afinal? Queres que ele te corteje?

- Sim.

- Sorte de Nwatsukunyane, não é de todas nós.

- Que bom que sabes que os meninos brancos são só aproveitadores. Ele vai te destruir o futuro.