O rio proibido

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Nicholas Narrando:

Mais um dia nas nossas vidas. Não tinha volta, eu não sabia o que fazer.
Mweti já vivia na minha cabeça por muitos anos, desde que tinha 8 anos e eu comecei a encarar a puberdade. Mweti já me fazia rir bem antes disso. Depois de vê-la naquele traje africano e dela ter me tocado eu já estava completamente entregue aos seus olhos e ao seu sorriso.

Seus braços? Seus braços eram tudo que eu queria grudado a mim. Mas como ela mesmo tinha dito eu era o melhor irmão do mundo.

E assim nós fomos criados. Como irmãos. Onde e quando será que tudo foi mudando? Eu não sei, mas eu sei que meus sentimentos quanto a ela tinham mudado. Se calhar se eu tivesse sido um cara amistoso desde o início ela teria olhado para mim muito mais além disso. Mas não...

Eu era quem oprimia, quem magoava, quem mandava ela ficar no lugar dela.

Era o último dia de aulas naquele trimestre. Fomos à escola e quase fizemos nada.

Luana narrando:

Eu não percebia mais nada. Na verdade Nico andava diferente, muito sensível e carrinhoso.

Depois que a professora nos dispensou da última aula, eu fui esperar pela Telaisa uma vez que já tinha passado da sala dela e eles ainda estavão lá com aquela professora chata.

Quem saiu a seguir não foi Telaisa, foi Nico, que foi ter comigo e pegamos uma conversa...

- Eaê, pentelha. Disse Nico sentando-se na bancada do pátio da escola.

- Iiî, Pintilhi. Disse revirando os olhos.

- Nossa, como você fica fofa quando faz isso.

- Não tem graça, Nico. Para!

- Desculpa. Está fazendo o quê aqui sentada?

- Sei lá, Nico. Esperando o vento soprar para o lado contrário! Disse debochando dele.

- Menina, você é chata!

Respirando fundo eu disse: Nossa, que no-vidade você achar isso de mim.

- Estás a espera da Telaisa.

- Uhum.

Eu estava ali com um papel e muito concentrada por essa razão eu fui muito chata. Odiava que me cortassem o fio de pensamento, mas Nico que é Nico...

- Ta escrever o quê?

- Palavras e eu agradecia se pudesses ficar em silêncio. Pousando a caneta eu disse: Vem cá, porquê você não vai para casa e como sempre te encontramos lá?

Ele nunca tinha nos esperado.

- Nossa, olha a vida. Você diz que devemos aprender com as críticas, e você senpre reclama o péssimo irmão que sou, quando decido ser um bom irmão aí você me...

- Sabe porquê? Perguntei com meu rosto de desconfiada.

- Não.

- Porque acho que por de trás da tua boa acção há uma intensão. Me conta, o que queres.

Nicholas Narrando:

- Você.
Bom isso foi o que eu pensei em dizer, mas não tive corragem de dizer. Mas eu realmente disse:

- Tou querendo ser legal mesmo. Estou a tentar mudar Luana, isso é crime?

E aí veio Telaisa com aquele jeito animado de sempre.

- Luana! Que bom que você me esperou.

E com muita energia ela reagiu

- Claro... Eu sempre te espero.

Coisas de tradição: Um amor amaldiçoadoWhere stories live. Discover now