Refúgio

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Dizem que quando duas pessoas estão destinadas a ficarem juntas, eventualmente elas vão se encontrar. Adeline sempre acreditou nisso, achava esta teoria romântica e levava quase como uma verdade absoluta.

Ou não.

O mês de abril trazia consigo, os primeiros traços de primavera e de renovação. Menos para a menina esguia que observava a paisagem, agora um pouco mais verde, do Central Park. Estava em Nova York a quase seis meses e não podia acreditar nas voltas que sua vida dera até ali. Uma lágrima solitária escorreu por seus olhos, a lembrança de sua última conversa com Alex ainda revirava em seu âmago.

Casamento. Ele iria se casar em poucas semanas e apesar de saber toda a verdade, ainda sim aquilo doía. Não era essa a ideia de romance que ela queria viver, não que fosse iludida, o amor nem sempre é fácil, mas aquilo ali está sendo impossível.
Ela amava Alex? Somente este sentimento seria suficiente para suportar tudo? Sua cabeça latejava, gostaria de voltar a ser a pequena menina feliz que era. E por um segundo, desejou voltar a sua terra natal. Não, ela não podia deixar se abater tinha de ser forte, ainda que não por ela, mas por seus amigos.
Josh e Ella mereciam seu apoio e ela não podia desaponta-los.

Uma batida suave na porta, atraiu sua atenção e Adeline se virou dando as costas para sua enorme janela de vidro.

- Filha? - Boumani entrou no quarto, sua expressão não era das melhores e a menina logo se inquietou.

- Tá tudo bem, papai?

O homem deixou um suspiro escapar e pegou a mão da filha e a puxou para sentar-se com ele em sua cama.

- Querida, eu quero que você fique calma, porque eu vou resolver tudo...

- Pai, você não pode começar a falar assim e pedir que eu fique calma. - interrompeu o pai, aflita.

- Adeline, aquela mulher... Mãe do Alex, prestou queixa contra você. - Boumani respondeu, apertando as mãos da filha de forma terna.

- Pera aí, aquela velha nojenta foi racista comigo e ainda tem a audácia de me acusar?

- Filha, você tem que se acalmar. Você sabe bem como são essas pessoas, não importa o que seja elas sempre acham que estão certas.

Adeline caminhava pelo quarto, puxando os cabelos de forma frustrada.

- EU NÃO AGUENTO MAIS. - Gritou, as lágrimas desabaram com toda sua força, fazendo-a cair de joelhos.

Boumani abraçou sua filha de forma protetora, sussurrado que tudo ficaria bem.
Eles eram uma família e isso era tudo que importava.





Alex sentia seus pulmões arderem ao se imaginar longe daquele corpo esguio e tão sensível ao seu toque. Admirava cada extensão da garota deitada em seus braços, cansada após entrgar-se em gemidos e desejos. Nunca pensou que o ato de fazer sexo, pudesse ser tão intenso.

- O mundo por seus pensamentos... - Adeline levantou o rosto para olha-lo, curiosa sobre o silêncio de Alex.

- Estava pensando em como vamos ficar daqui pra frente. Meus pais estão jogando sujo, linda. - Os dedos do rapaz tocavam a nuca da menina, lhe provocando arrepios.

- Eu não tenho medo deles, Alex. Eu sei que não devia ter batido na sua mãe, mas eu estava fora de mim.

- Você não tem culpa da podridão daquela família.

Adeline sorriu, pousando um beijo casto no pescoço do garoto.

- Alex...

- Oi linda. - Alex se ajeitou na cama para olha-la nos olhos.

Alex e Adeline Where stories live. Discover now