Uma noite histórica

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As lágrimas desciam livremente por seu rosto. Não queria estar chorando, era constrangedor, todavia era inevitável. Suspirou pesadamente, grato por estar na companhia de Adeline.
Josh sentia o toque suave da amiga em suas costas e mal podia acreditar no quanto se aproximaram em apenas três semanas. Adeline era espontânea, criativa e engraçada, sempre sabia o que falar e quando falar.

- Josh, eu nem sei o que dizer... - as palavras morreram em sua garganta. Não gostava de ver Josh triste, não ele, que sempre estava rindo e a atormentando.

O menino a olhou, um sorriso fraco brotou em seus lábios, mas seus olhos demonstravam um profundo sofrimento.

- Ela vai se casar, Amélia. - ele olhou para o céu. Como se esperasse um milagre. - Casar... Eu disse que Alex era um bastardo sortudo.

A menção do nome de Alex, fez Adeline soltar uma careta. O garoto a tirava do sério, mesmo sem trocarem nenhuma palavra. Ele estava sempre a encarando, uma expressão de repulsa ou deus sabe o que.

- Olha, eles são novos, as vezes eles mudam de ideia. Sei lá... - Ela tentou, inutilmente, passar alguma esperança.
Josh ergueu as sobrancelhas tão expressivas, curioso.

- Porque acha isso?

Adeline pensou nas palavras que escolheria, ela tinha suas dúvidas quanto ao relacionamento de Ella e Alex. Seu ideal de casal apaixonado, eram seus pais e aqueles dois não tinham um pingo de química. Pelo menos não como deveria ser.

- Bem... - ela molhou os lábios. - Você nunca achou estranho o jeito deles? Quero dizer, eles não parecem apaixonados o suficiente para noivarem aos dezessete anos.

Adeline viu uma sombra de esperança tomar os olhos de Josh. E se arrependeu por ter dito aquilo.

- Amélia você é um gênio. - Ele se levantou deixando-a confusa. - Eu não sei o que eu faria sem você.

Ela olhava para o amigo, meio feliz por ele ter parado se chorar e meio preocupada por ele ter perdido o juízo.

- O que você quer dizer com isso?

Ele se virou com um sorriso enorme e a abraçou.

- Vou mostrar pra Ella o que é química. Eu não vou ser um covarde dessa vez e só aí eu vou ter certeza se me apaixonar por ela foi o maior erro que já cometi.

- Aí Josh, eu estou feliz por você. Mas estou com medo de você ser bipolar.

Ambos deram gargalhadas gostosas, o sol tímido os banhando sobre as arquibancadas do campo de lacrosse. Um par de olhos, ao longe, observava a cena com atenção, o semblante duro e indiferente.

Alex nunca foi invejoso, mas naquele momento, sentiu inveja de Josh. A forma como eles se tocavam, riam, como se nada no mundo importasse. Era o que ele queria para sua vida. E é claro que Adeline se interessaria por Josh, não haviam pais idiotas, namoradas falsas e nem acordos políticos.

O juiz apitou o início da partida e Alex jogou seus pensamentos para um lugar distante de sua mente. Segurou o cabo da redinha com firmeza, precisa se dedicar ao jogo. As regionais eram em uma semana e ele não se sentia pronto.

- James se concentra no jogo, caralho. - o técnico xingou irritado.

O jogo seguia tranquilo, eles eram bons e treinavam jogadas específicas. Alex tinha o domínio da bolinha, quando seus olhos flagraram Josh beijar as bochechas de Adeline. E aquilo o irritou de uma forma desconhecida, era como se um monstro despertasse. A fúria que o tomou, lhe deixando cego, assumiu o controle de seus movimentos. E quando deu por si, estava em cima de um outro aluno, os punhos se chocando contra seu rosto.

Alex e Adeline Where stories live. Discover now