CAPÍTULO 70 - A Profecia

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"Pode ser que uma estrela da noite

Brilhe sobre você

Pode ser que quando a escuridão cair

Seu coração será verdadeiro

Você anda por um caminho solitário

Você está tão longe de casa

[...] Acredite e você encontrará seu caminho"

Enya - May It Be

A torre Nemeton guardava uma essência de magia poderosa e tão antiga quanto o próprio mundo

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A torre Nemeton guardava uma essência de magia poderosa e tão antiga quanto o próprio mundo. Eu sentia a magia a minha volta a cada instante, a cada respiração e a cada batida do meu coração.

Mal havia dormido a noite, escutando o sussurro do vento e o crepitar das folhas que pareciam conversar entre si. A força da Natureza nunca se fez tão forte quanto ali, naquela torre que deveria se tornar o meu lar.

Foi impossível não acordar cedo. Mesmo que eu conseguisse ignorar a forte luz do Sol que penetrou pelas três grandes janelas daquela torre, não era capaz de silenciar o murmúrio de preces que ecoavam pelo vento e chegava até os meus ouvidos, no alto daquela torre.

Muito contrariada, tive que levantar e enfrentar o dia. Já estava mais que a tempo da minha coragem despertar.

Comecei a explorar aquela torre, pois até então só conhecia a cama que dormi e o chão onde Cernunnos me derrubou. Percebi que havia um grande baú em desgastados tons de verde disposto ao lado da cama. Movida pela curiosidade, avancei até ele e o abri. Suas velhas e enferrujadas dobradiças rangeram alto, como se estivesse sofrendo com aquele simples movimento. Embora parecesse que o baú fora esquecido há um longo tempo, eu tinha esperança de encontrar algumas vestes ali. Porém, logo percebi que dentro dele não havia nada além de poeira. Frustrada, voltei a minha singela exploração.

A torre em seu típico formato circular fora construída a partir de rochas e madeira que eram conectadas por densas raízes tão escuras quanto o barro. Havia muitas folhas ao seu redor, pois o odor da vitalidade natural das plantas, fazia-se presente em todo aquele local. A torre cheirava carvalho. Um odor tão familiar que trazia à tona a nostalgia da infância. Memórias de uma pequena irlandesa de cabelos tão negros quanto a noite, que escalava os grossos galhos de um carvalho e lá ficava observando as nuvens do céu, enquanto a maresia embalava as leves folhas da árvore que era o meu abrigo.

"Será que enterraram os corpos de meus pais sob o carvalho?" Peguei-me pensando, pela primeira vez, e desejava que ao menos tivessem feito isso por eles. Esse seria o desejo de meu falecido pai que em vida serviu ao seu povo muito bem.

𝐒𝐀𝐂𝐑𝐈𝐅Í𝐂𝐈𝐎Onde as histórias ganham vida. Descobre agora