CAPÍTULO 38 - Impotência

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De todas as sensações que se apossaram de mim no decorrer de minha existência, nenhuma delas me feriu mais do que a impotência. Sim. A maldita impotência foi pior do que ouvir Ragad dizer, em todo seu egoísmo, que me mataria. Foi bem pior do que ter percebido a minha paixão por Loki. Foi uma sensação cruel que quase rasgou minha alma — ou a parte ilusória dela — pois, pela primeira vez, a situação não se tratava de mim; não era eu quem estava em perigo, e sim Acme. Finalmente havia me importado com alguém e eu nada era capaz de fazer para resguardá-la de Niflheim. Apenas assisti o desenrolar de uma cena dramática, como uma espectadora torce para um final feliz. Torcer pelo sucesso de minha única amiga, foi tudo que me restou a fazer.

As trombetas tinham sido soadas, todos em Asgard haviam se dirigidos à Arena que já estava lotada quando eu e Loki chegamos ao local. Aquilo não me surpreendeu. Seria ingênuo da minha parte imaginar que o lugar estaria vazio. Era óbvio que os asgardianos não perderiam o primeiro teste. Até porque, um evento como aquele era raro de acontecer.

— Vamos nos dividir... — Loki começou a recitar um plano, assim que atravessamos os portões da Arena. — Eu vou para um lado e você para o outro. Se algo der errado, nós estaremos separados, portanto teremos mais chances de sobreviver. — Segurou minhas mãos e me fez olhar para si. — Baixe seu escudo mental para mim, iremos nos comunicar por ele. — Lançou-me um olhar penetrante. — Mantenha-se atenta, Coração de Gelo. Ao sinal de algo fora do comum, faça o que for preciso para nos encontramos nesse portão. Te esperarei aqui para que possamos desvanecer juntos. — Por conta de seu tom de voz tenso, soube que Loki realmente tinha medo de que descobrissem sobre o dia em que tentamos burlar os testes dos deuses.

— Não se preocupe, Loki. Nosso segredo permanecerá a salvo. — Tentei em vão tranquilizá-lo.

O deus intensificou seu aperto em meu pulso.

— Prometa para mim que vai se manter atenta. — Pediu com urgência.

Franzi o cenho, achando determinada preocupação um tanto exagerada.

Respirei fundo e virei os olhos.

— Eu prometo. — assegurei, impaciente.

Loki finalmente liberou o meus braço, soltou um suspiro de alívio e partiu para um extremo da Arena. Também tomei meu rumo e caminhei ao sentido oposto do deus da mentira. Fiz questão de me posicionar bem à frente do palco que fora provisoriamente construído para o espetáculo, dessa forma estaria por perto caso Acme precisasse de mim.

Nem Odin e sua esposa haviam chegado, assim como Acme ou Thor também não estavam presentes. O ambiente era permeado de vozes, murmúrios e risos de escárnio de toda aquela gente de Asgard. Estar bem no meio de tudo aquilo, somente contribuiu para que a minha ira se intensificasse.

— Olá, Erieanna, há quanto tempo? — a voz de Balder me fez sair do mar de revolta que estava me consumindo.

— Já faz algum tempo. Mas é como dizem... Os vivos sempre aparecem — Agitei os ombros e voltei a me concentrar no palco vazio à minha frente.

𝐒𝐀𝐂𝐑𝐈𝐅Í𝐂𝐈𝐎Onde as histórias ganham vida. Descobre agora