Capítulo 7 - Por causa disso

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Olá...
Todas sabem, essa história é só um conto e não um livro, e esse é o penúltimo capítulo.

Espero que estejam curtindo ...

Pedro

Agosto de 2003

Um pouco sem reação, o que eu via diante de mim era uma mulher extremamente atraente. Seus cabelos estavam muito mais curtos que nas fotos que eu vira nos porta-retratos de Rúbia, ou que ela aleatoriamente me mostrava em algum álbum. A silhueta moldada pela calça jeans justa preta, que ressaltava sua cintura. Por baixo de uma camisa xadrez parcialmente desabotoada via a camiseta regata delineando seus seios fartos.

— Tudo bem?

Ela era a mesma Carol, a jovem garota, mas em versão mulher madura, que eu jamais vira antes. Não era a maquiagem evidente que lhe brilhava o rosco, era só o brilho dos seus olhos e a magia do seu sorriso.  

— Muito obrigada pelo presente de aniversário – disse ela sem desviar o olhar, demonstrando uma convicção interior que chegava a ponto de me deixar intimidado.

— Como está a 'nossa' pequena? – Nossa pequena? De onde eu tirei isso?

Voltei o celular para o bolso da calça e dei um passo atrás, talvez para tentar me recompor.

— Cecília está bem. Ela tem essa fantasia de que recebe esses presentes secretos de uma pessoa mais secreta ainda... – riu de forma tão graciosa. — Hoje ela está com o meu pai. Ele veio passar uns dias conosco.

De repente, eu sabia que fechava os olhos para algo que tentava fugir. Não porque hoje a via ali, linda, imponente, segura de si... mas porque eu lutava contra algo dentro de mim desde aquele dia na chuva e todo esse tempo eu sabia que estava errado, muito errado.

Carol era quase quinze anos mais nova que eu, até semana passada era menor de idade, onde é que eu estava com a cabeça? O que exatamente eu tinha para dizer a ela, salvo que tinha fugido desse encontro durante todo esse tempo alegando ser antiético, mas talvez fosse, na verdade, por pura covardia.

O mesmo passo de distância que eu tinha aumentado entre nós, ela o diminuiu.

— Por que 'não seria correto', Pedro? – ela perguntou, depois de um longo silêncio entre nós. — Incorreto é eu aceitar um presente tão caro como esse – disse tirando o celular da bolsa e o devolvendo a mim.

— Não, por favor! – toquei sua mão empurrando-o com delicadeza de volta para ela. — Eu sei que ele lhe será muito útil, ainda mais com a Ciça.

— Então, por que 'não seria correto'? – voltou a perguntar enquanto aqueles poucos centímetros de distância entre nós pareciam representar que havia todo um continente nos separando.

Foi um impulso! Algo de momento. Eu não sabia mais nem o que estava fazendo.

Dei um passo à frente, passei a mão por seus cabelos, sem nada dizer. Deslizei as costas do dedo indicador pela linha de sua face até alcançar a base de seu pescoço e a firmei pela nuca levando meus lábios aos dela, sem sentir qualquer resistência de sua parte.

Penetrei a língua em sua boca, com os olhos completamente fechados, sem querer pensar sobre a loucura que estava fazendo, segurei-a pela cintura trazendo-a ainda mais de encontro a mim e continuei a explorar seus lábios úmidos, degustando o sabor de sua saliva, tentando, o máximo possível, me controlar para que ela não percebesse o estado em que me encontrava.

Sentia que o que eu estava fazendo era tão errado, mas tão gostoso ao mesmo tempo, passeava a língua por sua boca, a mão direita por seus cabelos a esquerda por sua lombar, enquanto ela permitia-se entrar, buscando essa proximidade, já com nossos corpos quase colados.

Cessei o beijo, para buscar ar, senão não ia aguentar, mas ainda tão próximo de seus lábios, permanecia de olhos fechados.

— Por causa disso... – sussurrei antes de voltar a beijá-la.

Bjks...
amanhã eu volto com o desfecho do conto.

À primeira vistaWhere stories live. Discover now