3- Eles se comportam como se fossem onipotentes e gostam de testar as habilidades das pessoas ao seu redor para se gabar dos seus feitos. Eu gosto de testar Bruno, Gallardo e Gianluigi. Gostei de conversar com Bruno e Gallardo, pois ambos compreendem muito bem o que sou, tem dúvidas, e gostei de como ficaram confusos e pareciam ter a resposta, depois se confundiam novamente. Eles não sabem o que pensar sobre mim, porque eu sei agir muito bem E gosto de ver como Gianluigi nem ao menos pensa em mim como um inimigo, esse é o mais fácil de ser manipulado, sendo que ele se acha o mais esperto de todos;

4- Geralmente não aprendem com os seus erros e, portanto, a experiência não os faz corrigir suas falhas. Isso já entra em outro ponto, afinal, ser megalomaníaco não é meu único ''defeito'';

5- A vaidade, apoiada por um ego superestimado e alimentada por um complexo de superioridade, faz com que desprezem tudo que não se refere a si mesmos. Outro ponto bastante importante da minha vida, e que nunca será mudado! Sei do que sou capaz, e sei que sou bom no que faço.


Tiro essa listinha do meu celular. É engraçado que eu só deixo as partes que, realmente, inflam o meu ego.

É uma lista resumida daquilo que me faz bem saber. Claro que tem itens mais profundos, itens mais ''grotescos'', mas eu só quero saber aquilo que me faz bem.

Saber que essa minha excitação de manipular, de saber como sou inteligente, de gostar de ver meu plano dando certo porque EU FIZ, tem algum sentido no fim das contas.

''Moisés, você entende o que é o bem e o mal. Você tem noção de tudo aquilo que faz, mas não se importa. Seu sorriso presunçoso mostra isso''.

''Moisés, você não ama sua filha, nem sua sobrinha. Você não amou seu irmão, ele apenas te serviu por um tempo. Não diga que sente muito por matá-lo, você gostou do que fez, e sabe disso''.

''Moisés, você não ama sua neta, tem afeto, mas não ama. Você não é capaz de amar, e isso te irrita. Você sabe bem que o afeto da sua neta não é capaz de fazer você parar. Você tem uma luta interna. Entende o bem e o mal. Você sabe que deve parar. Salvou sua neta, mas ela não é sua salvação''.

''Você mata por sua neta, porque você ama matar, você ama a sensação de poder, do poder de decidir se aquela pessoa morre ou vive. Ama a adrenalina. Você até se sente um deus ao fazer a justiça, ao decidir a vida pessoa''.

''Você jamais morrerá por sua neta, Moisés. Não há prazer em se matar, você não quer se matar, nem ao menos se machucar. Você mata por Melina, mas jamais morrerá por ela. Você não a ama para tanto, para dar sua vida por ela.

''Moisés, você não tem cura, mas tem tratamento''.

Eu matei os dois!

Eu matei o psicólogo e o psiquiatra.

É, eles não falaram aquilo que eu queria escutar!

Eu matei.

Ok que eu tinha sequestrado os dois para me darem consultas particulares, afinal, como eu contaria minha vida a dois especialistas? Para eles me denunciarem? Não, foram sessões, muitas consultas, eles falaram várias merdas — VERDADEIRAS — e depois matei.

Continuo sem remorso!

E agora eu sorrio.

As lembranças ficando cada vez mais distantes, quando ele aparece.

— Boa noite, Moisés.

— Boa noite. Pode ir no banco de trás. — sorrio. — Tem uma encomenda aqui na frente. — mostro a mochila no banco do meu lado.

Ele entra no carro e senta no banco de trás.

Começo a dirigir, me afastando da casa.

Ele está envergonhado, é bem óbvio.

Ressentimento?

Quase dou risada.

Mas me controlo.

— Ah... Para onde estamos indo? — sua voz é trêmula, está nervoso.

— Gianluigi pediu para te levar a outra casa, como deve saber, está muito perigoso. Ele não te ligou?

— Sim. Só que você está dirigindo há meia hora, achei estranho esse caminho.

— É um local para fugirem e se esconderem, tem que ser um local estranho e distante mesmo.

Dirijo por mais dez minutos.

— Moisés? Poderia me emprestar seu celular? Preciso falar com meu pai.

— Não. — é o que respondo.

Eu o vejo pelo retrovisor, como parece procurar por algo, ele já entendeu.

Aperto o botão e o vidro sobe. O vidro nos separando sobe a agora sim ele grita em desespero. As portas estão travadas, os vidros são blindados, nada do que ele fizer vai quebrá-los.

— Que engraçado, Leandro! — grito e sorrio ao ver e escutar seu sofrimento e desespero, por entender que está com o algoz da sua família. — Está desesperado, mas não é o suficiente. Melina e Pamela sofreram muito mais! Isso aqui não é nada, Leandro!

— Por favor, Moisés! — bate no vidro que nos separa. — Não fiz nada, eu juro! Não foi minha culpa...

— Exatamente, Leandro! Você não fez nada! — acelero mais o carro, para chegar logo ao meu local de tortura. — Esse é o seu erro, não fazer nada. Compactuou fazendo silêncio, foi recompensado com casa e carro. E você vai pagar por isso. Sua mãe sofreu, mas não como eu quis, não da maneira torturante que eu queria. E quer saber?

— Não, por favor! — ele soca e chuta o vidro, que nem ao menos trinca. — Eu juro que estou arrependido...

Seu choro é alto, ele ainda bate em todos os vidros, tenta abrir as portas...

— Eu odeio você mais que todos! É você que me irrita mais, que faz minha ira subir, que faz minha vontade de matar se elevar! Eu fiz muito mal nessa terra, Leandro! Mas eu fui atrás da minha neta. Você deixou uma criancinha morrer para se passar por sua filha, você vendeu Melina e depois soube que ela morreu e nunca demonstrou culpa, na verdade, foi atrás de Pamela para casar, para ela entrar na sua vida e você conseguir manipula-la, para ela nunca desconfiar de você e sua família. Você é o que eu mais odeio, Leandro. E você vai pagar! Você vai pagar até morrer, diferente da sua mãe que eu matei logo, você vai agonizar até a morte.

E com seus gritos pedindo piedade, clemência, eu dirijo para bem longe dessa cidade, com um toque na tela eu envio a mensagem que já estava pronta para Bruno.

Agora sim sinto-me mais extasiado, mais animado.

Poderei descontar minha raiva da maneira que sempre acontecia no passado.

Agora sim poderei descarregar minha fúria da maneira correta.

Uma família para o mafioso - Em busca da filha perdida (Livro 1 e 2)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora