As famílias Lovato e Valderrama são rivais nos negócios, pois a cada uma percente uma das duas maiores petroleiras dos Estados Unidos, embora seus primogênitos tenham uma ligação inexplicável desde pequenos. As coisas se complicam com a disputa das...
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-Vem, vamos andar - Demi estendeu sua mão para mim e eu demorei alguns segundos para entender o que se passava. Num momento ela desconversava mexendo no seu sorvete derretido e no outro ela estava de pé, confiante se apoiando na mesa de ferro por conta de seu pé torcido.
Sem questionar, me levantei. Joguei os potes de sorvete no lixo e logo lhe alcancei. Já estava escurecendo, e as ruas ficavam cada vez mais agitadas com carros, motos e pedestres andando de um lado para outro com pressa. Nós, ao contrário, andávamos devagar e sem rumo, ao menos eu achei isso por um tempo. Não demorou para alcançarmos a avenida principal e logo estávamos à beira da praia. Foi quando ela me disse a primeira coisa desde que deixamos o Cobb's.
-Eu senti falta de ver o pôr do sol assim - Ela olhava em direção ao mar pintado pelo brilho do sol que se recolhia. Demi se sentou em um dos bancos livres e esticou a perna com a bota como se estivesse incomodada, o que eu não duvidava que ela estava.
-Achei que você sempre assistisse em Santorini - relembrei uma das poucas coisas que me contara sobre o tempo que passara fora.
-Sim, mas é diferente. - ela suspirou, eu queria perguntar se ela estava sentindo dor, mas ela completou antes que a pergunta saísse de minha boca: - Aqui eu sinto que estou em casa.
-A Califórnia é a sua casa? - perguntei incrédulo.
-Não, você é.
-Caramba, Demi você não pode chegar e falar coisas assim... porra, eu queria tanto que você tivesse voltado um dia antes, ou ao menos falado comigo porque agora eu não sentiria culpa por fazer isso.
Ela sabia exatamente o que eu iria fazer, já que no momento que eu segurei seu rosto e o trouxe para mim, ela fechou os olhos. Nossas testas se encontraram por um momento e nossas respirações se chocaram no pouco espaço entre nossos rostos, de modo tão familiar seu rosto formou um sorriso lindo e nesse momento a beijei. Eu podia ouvir meu coração batendo em meus ouvidos, era como se fogos de artifício explodissem dentro de mim e tudo que eu sentia era ela, a textura de sua pele macia e o gosto de sua boca misturado com diversos sabores de sorvete.
Eu amava essa garota como nunca havia amado nada nem ninguém em toda minha vida, e isso não era segredo para ninguém que prestasse um pouquinho de atenção. Por isso, senti como se tivessem arrancado um pedaço de mim quando ela se afastou do beijo e se virou em direção ao mar, evitando contato visual e cruzando suas mãos sobre o colo.
-Era sobre isso que eu queria falar, eu preciso explicar o que aconteceu depois que você foi embora. - Ela disse, e pressenti que não seria uma bela história pelo seu tom. Até agora ela havia se esquivado desse assunto, só dito que "as coisas ficaram feias", mas eu nunca iria imaginar o que ela me contou a seguir.
Há poucos meses, Heydée estava saindo com uma garota, eu me lembrei de quem ela falava imediatamente já que as mesmas nos levaram a uma festa em um motel de índole questionável. A loira sumira por um bom tempo onde Demi e ficamos no meio de vários desconhecidos completamente bêbados e um tempo depois a minha namorada trouxe a melhor amiga arrastada pelo braço e me fez levá-las para casa. O que eu não sabia era que Heydée havia acabado de tomar uma das piores decisões de sua vida.
