As famílias Lovato e Valderrama são rivais nos negócios, pois a cada uma percente uma das duas maiores petroleiras dos Estados Unidos, embora seus primogênitos tenham uma ligação inexplicável desde pequenos. As coisas se complicam com a disputa das...
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No meu aniversário de seis anos, minha mãe preparou uma enorme festa de princesas. Me lembro de correr empolgada com minha irmã pelo jardim ao ver que tinha até um castelinho para brincar, eu amava brincar de princesa, Demi preferia brincar de escolinha. Então a Maggie nos chamou para nos arrumarmos.
Mamãe havia comprado dois vestidos de princesas e pela primeira vez na vida não eram idênticos já que até aquela idade tudo que minha gêmea e eu usávamos era exatamente igual. Foi nesse dia que eu comecei a perceber as diferenças entre Demi e eu. Eu fiquei maravilhada com um dos vestidos, ele era perfeito, rosa claro com muitos brilhos e florzinhas na saia.
-Eu quero esse! - Demi gritou para Maggie apontando para o meu vestido rosa. Lembro de fazer um bico e começar a chorar silenciosamente enquanto minha gêmea era vestida no vestido que eu queria. Quando finalmente Maggie percebeu que eu chorava, me perguntou o que acontecia eu respondi em soluços:
-Eu. Queria. Esse. - chorei apontando para Demi que me olhou com toda petulância que uma criança de seis anos pode ter e disse emburrada:
-Mas eu nasci primeiro, então ele é meu!
Naquele dia eu entendi que porque ela havia nascido primeiro, ela sempre seria a primeira. Ela foi a primeira a fazer amizades e passou praticamente a festa inteira brincando no castelinho com um menino, naquela época eu achava que garotos eram nojentos e não entendi o porquê dela falar com um.
Depois disso, ela sempre teve as primeiras vezes antes de mim: o primeiro dente a cair, o primeiro osso quebrado, o primeiro beijo, o primeiro namorado, a primeira a perder a virgindade. Eu estava sempre sendo deixada para trás pela minha gêmea que tinha notas melhores, amigos melhores, o melhor namorado, Tudo que eu tentava ou queria ela conseguia sem ao menos se esforçar. Era tão injusto que simples três minutos impactariam meus próximos dezoito anos de vida.
Eu estava disposta a deixar tudo isso para trás. Durante o tempo que Demi esteve sei lá onde fazendo sei lá o que, consegui me ver como uma pessoa separada dela. Pela primeira vez na vida, nada que eu fazia era comparado ao que ela fazia, pois ela nem estava ali. Para falar a verdade, ter desaparecido foi provavelmente a melhor coisa que ela já fez por mim.
Mas é claro que isso não duraria para sempre, e ela escolheu justo a noite mais importante da minha vida para fazer sua volta triunfal. Eu estava radiante com a minha festa de noivado, passei tarde inteiro no salão com a minha melhor amiga fazendo as unhas, cabelo e maquiagem, depois de encontrar o vestido e sapato perfeitos para essa noite. A festa era de última hora, mas não era por isso que não seria em grande estilo, afinal eu só ia ter uma oportunidade de fazer uma festa de noivado na vida.
Eu estava pronta no meu quarto, muitos dos meus amigos não conseguiriam vir, pois estava em cima da hora e moramos em estados diferentes, alguns deles nem mesmo estavam no país. Foi então que comecei a ouvir uma algazarra vindo do jardim. No meu quarto havia uma varanda com vista para o mesmo, por isso corri para lá para ver o que acontecia. O local estava lindamente decorado, repleto de mesas, luzes e flores caras e em contraste haviam um bando de adolescentes atacando a mesa de comida e tirando até a bandeja com bebidas da mão do pobre garçom. Desci em pânico e quando cheguei no local, minha mãe estava gritando histericamente de uma forma que nunca vi tentando expulsar os intrusos de lá.
