Por trás daqueles olhos castanhos

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Gente, então, não avisei antes mas esse é o último capítulo, mas relaxa que ainda tem o epílogo.

Espero que vocês consigam entender o que passou pela mente da Jennie por todo esse tempo...

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15 de maio

Ela disse.

Aquelas três palavras.

Aquela três simples palavras como se fossem nada. Suspirou como se não a machucasse ao soltá-las e como se estivesse apenas esperando para fazê-lo. Como se sempre estivessem na ponta de sua língua. Ela segurou minhas mãos nas dela e o mais inocente dos sorrisos aparecia em seus lábios.

E acho que meu coração realmente parou.

Não esperava por isso. Já as ouvi antes, mas nunca assim, nunca tão honesto e sincero. E doeu ouví-las. Doeu e não sei porque. Você sempre imagina que sentiria exaltação quando alguém que você gosta diz isso. Mas senti meu coração parar e aquela parede se fechar. Senti uma dor começar em meu peito e aquelas mãos ficando mais pesadas com cada inspiração que dava e não sei porque.

Antes de escutá-las, antes do beijo e das regras, ficar perto dela era fácil. Ainda era novo e sem rótulo. Era divertido. Podia me esconder por trás desse fato. Podia apenas estar ali. Mas eu a beijei e ela disse as palavras e minhas paredes ficaram mais altas. Alguns dias atrás queria estar mais próxima dela, agora encontro me movendo para longe. Assustada com algo que nem sabia como nomear, porque se tem um nome, se torna real. E se for real, então essas paredes que trabalhei tanto para erguer ao meu redor caem e ela vê quem eu realmente sou, o 'eu' que tenho tanto medo de mostrar. Odeio ficar vulnerável perto dela, porque fica mais fácil para que ela me quebre. Meu coração não está seguro.

Eu me imaginei dizendo as palavras apesar disso, quando estávamos no táxi no caminho para o hotel. Estava as testando, mesmo se não fosse dizê-las. Ela estava sentada no banco de couro, me olhando com aqueles olhos; os que fazem com que tudo suma. Uma parte de mim queria apenas encará-la, sem que ela encarasse de volta. Pensei que faria com que fosse mais fácil. Pensei que sem aqueles olhos, a emoção profunda que vinha com eles sumiria. Eu conseguiria respirar novamente.

Eu estava errada.

Quando pedi para fechá-los, podia sentir cada parte dela. Cada expiração, cada movimento de seus lábios, cada onda de calor que vinha de sua pele. Era intoxicante. Nublava minha mente, e eu estava tão perto de beijá-la ali. Seria tão fácil e a sensação dos lábios dela contra os meus seria melhor que qualquer droga. Estava tão perto. Mas mais uma vez, fiquei com medo e me afastei, medo de me permitir sentir. Então pensei que talvez apenas sua mão seria seguro, que criar essa distância entre nós seria o suficiente.

Mas novamente, eu estava errada.

A sensação dela, não apenas uma parte de si, mas tudo, faz minha pele e meu coração e meu corpo reagirem. Isso não deveria acontecer. Quando a chamei para vir comigo, era apenas um pequeno calor em meu peito. Não essa sensação. Não essa dor. E então ela me perguntou e eu menti. Me perguntou o porque e eu disse que eram as drogas. Mas a verdade é que, apenas o pensamento de ser mais que isso faz meu peito doer e não consigo respirar. E não sei porque. Não sei porque não me permito sentir. Não posso ter tanto medo de ser ferida, certo?

Sei que estou me apaixonando; não sou ingênua o suficiente para pensar diferente. Sei disso faz um tempo. Só não sei o que significa. Nunca me senti assim por ninguém antes, e ninguém me mostrou o que ela me mostrou em tão pouco tempo. E isso é o que mais me assusta, que ela pode sentir isso por mim. Não sei o que ela vê em mim. Tudo o que eu vejo é destruição e um escuro. Não vejo como ela pode dizer aquelas três palavras para mim apenas depois de dez dias. Ela não me conhece.

Como se nunca tivéssemos dito adeus Where stories live. Discover now