Is It Love - Drogo VLM2

Capítulo 251

No final do dia, ando pacificamente pela avenida principal do campus, de mãos dadas com o Drogo.

Ele não disse uma palavra desde a nossa última aula. Ele olha ao redor de nós em todas as direções, sua ansiedade mais palpável a cada minuto.

- Qual é o problema? - Eu digo

- Nada, não se preocupe. - Diz Drogo

O comportamento do Drogo me desestimula um pouco: Não faz sentido. O que eu deveria fazer?

Eu rosno um pouco para fazê-lo entender que eu não gosto de sua atitude indiferente.

Eu dou uma olhada ao redor de nós. O campus está lotado de alunos. Meus instintos de vampiro estão me dizendo para enxergá-los como uma presa em potencial.

Felizmente, a hipnose do Nicolae foi eficaz e funcionou como uma barreira mental.

Eu suspiro de alívio, pelo menos eu não vou pular na garganta de ninguém hoje.

Então noto alguns alunos me encarando intensamente. Eu tenho a sensação curiosa de estar sendo literalmente despida!

Esquisito...

Eu sinto que todo mundo me vê de forma diferente. Será que eles estão cientes da minha transformação? Ou eles estão apenas curiosos sobre o meu retorno?

As palavras me vêm a mente novamente, eu deveria acreditar nela?

O charme do vampiro é apenas uma lenda, mesmo que eu deva admitir que os irmãos Bartholy são bastante dotados por essa natureza.

No entanto, duvido que tenha recebido o mesmo tratamento preferencial.

Sem aviso, o Drogo aumenta o ritmo, forçando-me a alcançá-lo até chegarmos ao estacionamento do campus.

A vibe entre nós, é quase insuportável. Eu me sinto desconfortável sem saber o porquê.

Eu prefiro aliviar a tensão!

- Que tal darmos um passeio juntos, no centro da cidade? - Eu digo

- Outra hora. Vamos voltar para a mansão. O Nicolae deve estar esperando por você. - Diz Drogo

- Podemos ligá-lo para avisá-lo. Voltamos em uma ou duas horas. - Eu digo

- O Nicolae não vai gostar. Prometemos voltar logo depois da aula, e é o que faremos. - Diz Drogo

Meu Deus... O que aconteceu com ele? Desde quando ele é tão sensato? Onde está o impetuoso Drogo que eu passei a amar?

- Tenho certeza que o Nicolae vai entender! Eu só quero desfrutar de um pouco de ar fresco e sua companhia, é pedir demais? - Eu digo

- Sinto muito, mas realmente não é a hora... Seus poderes ainda são instáveis. Temos que minimizar sua exposição à tentação. - Diz Drogo

- Drogo! Existe uma diferença entre ser meu mentor e a minha babá! - Eu digo

Finalmente chegamos ao carro.

O Drogo vai até à porta do lado do passageiro para abri-la para mim, depois me vira e me encosta contra o carro.

Ele fixa seus olhos castanho-dourados nos meus e depois para por alguns segundos, esperando minha permissão.

Meus olhos certamente falam por mim, mas eu prefiro ser explícita. Eu olho para cima e lambo seus lábios para transmitir meu consentimento.

O Drogo me beija. Eu retribuo o beijo dele e saboreio esta troca requintada, mas profundamente apaixonada.

Estamos no meio do estacionamento, onde qualquer um pode nos ver, mas não me importo. Eu esqueço o tempo e espaço.

Eu suavemente corro meus dedos pela parte de trás do seu pescoço e o puxo para mais perto. Seu corpo se aninha no meu.

O Drogo está me deixando louca e vejo que ele está se esforçando para se controlar.

De repente, o Drogo para e se afasta, seu rosto tenso mais uma vez.

- Desculpe, eu estraguei tudo dessa vez. Eu não deveria ter pulado em você desse jeito. - Diz Drogo

- Não se desculpe, por favor. Eu adoro quando você é espontâneo. - Eu digo

- Tudo em seu tempo, linda. Agora temos que voltar para a mansão. - Diz Drogo

Eu faço uma cara feia para ele. Por que ele insiste em resistir aos meus desejos e minha necessidade de estar com ele?

Ele segura a porta aberta do carro e me convida a entrar. Eu relutantemente concordo.

Ele dirige em silêncio por vários quilômetros. Eu tento me distrair observando a cidade passar pela minha janela, mas a vibe é realmente desconfortável.

Cansada do silêncio do Drogo, decido falar.

- Eu tenho muita sorte em ter você como meu mentor... - Eu digo

O Drogo aperta o volante e lentamente se vira para mim.

- Você está sendo sarcástica agora? - Diz Drogo

- De maneira nenhuma, sou muito grata a você! Eu sei o quão sério você está encarando o meu treinamento. - Eu digo

- É natural... Sou seu criador, afinal das contas. - Diz Drogo

O Drogo morde o lábio inferior, como se estivesse determinado a não dizer mais nada. Mas ele não me conhece mesmo...

- Drogo...? - Eu digo

Ele acena com a cabeça distraído, concentrando sua atenção no caminho.

- Eu acho que é hora de você me dizer por que estamos nos comportando assim... Eu não consigo mais entender você. - Eu digo

- Hummm... Eu não entendo. Eu sou o mesmo sempre. - Diz Drogo

- Isso não é verdade e você sabe disso! Você não é você mesmo desde hoje de manhã! É como se você ainda estivesse um pouco da influência do Viktor em você! - Eu digo

- Não é nada. Eu só estou cansado... - Diz Drogo

- Você acha que eu sou estúpida! Você é um vampiro, VOCÊ NÃO PODE ESTAR CANSADO! É fisicamente impossível para você! - Eu digo

Assim que eu terminei de falar isso, sinto raiva e por consequência a minha magia cresce dentro de mim. Ela está se espalhando como uma tempestade de energia e emoção.

Eu não tenho ideia do que está acontecendo, mas posso ver claramente que a situação está fazendo o Drogo sofrer. Ele está guardando tudo dentro dele e isso o está consumindo.

- Eu realmente gostaria que pudéssemos aprender a nos comunicar melhor... - Eu digo

O Drogo não diz nada, estou no limite da minha paciência. Eu queria que o tempo parasse por um momento para que eu pudesse encontrar as palavras para fazer ele falar.

De repente, o som de um estrondo, como um tiro, surge. Eu olho em todas as direções, sem ver de onde o som vem.

- O que diabos está acontecendo? Todos os meus pneus explodiram ao mesmo tempo! - Diz Drogo

O Drogo murmura uma série de palavrões e depois segue pelo caminho familiar. A mansão está a poucos metros de distância.

Ao chegar ao portão de ferro fundido, o carro lentamente pega o caminho de cascalho.

Eu suspiro. Não tirei nada do Drogo. Ele ainda está tão silencioso quanto um túmulo. Espero poder conseguir fazer ele falar comigo um dia.