Capítulo 12

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Pensei que poderia morrer sem respirar devidamente

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Pensei que poderia morrer sem respirar devidamente.

Estava fazendo o máximo de esforço para respirar com calma, mas o que parecia era que eu não conseguia nem respirar de falta de ar. Liam estava grudado na parede, inclusive virada para ela e eu estava com as minhas costas virada para ele olhando a porta do quarto. Nossas costas nem ousavam se encostar.

Ele também parecia estar quase entrando na parede para ser o menos expansível possível. Afinal, Liam era realmente grande e largo.

Tentei lembrar como respirar e decidi que se talvez eu conversasse com ele até pegar no sono, talvez fosse mais fácil para que o clima pudesse ser amenizado um pouquinho. No fim, a ideia de gerico era minha que achara que ficaria tudo bem dormir na mesma cama que o menino pelo qual eu estava apaixonada.

O que a gente não faz quando está doente de amor.

― O que você acha que podem me perguntar amanhã? ― Liam bufou.

― Muitas coisas. Mas certamente eles não vão aceitar bem essa ideia de que você é uma profeta. Mas acho que você deveria tentar. ― Ele sugeriu e eu quase podia ver, mesmo no escuro, o mini sorriso de encorajamento no rosto de Liam.

― Hm... Vou tentar. O que mais?

― Obviamente, o que mais você sabe sobre o futuro. ― Apertei um lábio sobre o outro. Aquela sim era uma pergunta tensa. Eu sabia muita coisa. Muita coisa mesmo. E isso sim poderia ser complicado se eu falasse. Eu nem conseguia pensar o que aconteceria com a minha existência e como seria o mundo se por acaso a segunda guerra fosse evitada.

― Difícil essa. ― Ri ao pensar nisso.

Silêncio. Depois de alguns minutos arrisquei:

― Liam?

― Hm? ― Ele não estava dormindo. Sorri.

― Só estava testando se você estava acordado. ― Liam riu.

Ficamos alguns bons minutos a mais em silêncio. Eu podia jurar que ouvia de algum lugar o tic tac de um relógio. E isso começou a doer na minha alma com a terrível ideia de que o meu tempo estava acabando e eu poderia voltar para o futuro sem ter contado dos meus sentimentos por Liam.

― Luísa?

― Liam?

Falamos ao mesmo tempo.

― Pode falar primeiro. ― Disse e Liam começou a virar. Fiz o mesmo e ficamos face a face na cama, pouquíssimos centímetros de distância entre nossos rostos.

Novamente, era como se eu tivesse parado de respirar e só sentisse as lufadas de ar de Liam que parecia também tenso.

Os olhos dele, lindas bilhas azuis cristalinas, me encaravam nos olhos sob a fina luz do luar que adentrava a janela do cômodo. Meus olhos analisaram os seus, descendo pelo seu nariz afilado e então pelos seus lábios entreabertos e convidativos. Não sabia dizer que magnetismo queria me guiar até aqueles lábios, mas era muito forte, tão forte que eu não conseguia parar de encará-los.

A Grande Guerra e o Amor.Where stories live. Discover now