𝐀𝐍𝐉𝐎 𝐃𝐄 𝐋𝐔𝐙||
Ele se achava um mostro, um mostro incapaz de achar o amor e de ser amado, para ele tudo havia sido perdido no dia da sua morte, mas tudo muda quando a chegada de Anabelle Le Vour Roux traz a luz que estava faltando na sua vi...
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ミ𝘦𝘶 𝘵𝘦 𝘢𝘮𝘰 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘵𝘰𝘥𝘰 𝘴𝘦𝘮𝘱𝘳𝘦.
QUANDO EU ACORDEI EU ESTAVA CONFUSA. MEUS PENSAMENTOS ESTAVAM NUBLADOS.
Ainda confusa com sonhos e pesadelos, demorou mais tempo do que devia até que eu lembrasse de onde eu estava. Esse quarto era insípido demais pra pertencer á outro lugar que não um hotel. Os abajures de cabeceira, aparafusados ás mesas, eram uma pista muito clara, assim como as longas cortinas que combinavam com os forros de cama, e as paredes cobertas com uma tinta genérica aguada.
Eu tentei lembrar de como havia chegado aqui, mas primeiro não me veio nada. Eu lembrava do carro preto brilhante, os vidros das janelas eram mais escuros do que os de uma limusine. O motor era quase silencioso, apesar de estarmos correndo na pista escura com o dobro da velocidade permitida por lei.
E eu me lembrava de Alice estar sentada á meu lado no banco de couro preto. Bella do meu outro lado. De alguma forma, ao longo da noite a cabeça dela acabou descansando no meu pescoço. Sua aproximação não me incomodou nem um pouco. A frente da minha leve camisa de algodão estava fria, encharcada com as lágrimas que jorravam dos seus olhos, até que eles, vermelhos e doloridos, ficaram secos. Eu passava minhas mãos pelos seus cabelos.
O sono já havia desaparecido, meus olhos doloridos continuaram abertos apesar de a noite já ter finalmente acabado e de o sol já ter aparecido em algum pico na Califórnia.
A luz cinza fraca, aparecendo no céu sem nuvens, machucou meus olhos. Mas eu não conseguia fechá-los, quando eu fechava, as imagens que apareciam vividas demais, como slides atrás das minhas pálpebras eram insuportáveis. A expressão de preocupação e medo de Thony, o rosnado gutural de Edward, com os dentes á amostra, o olhar ressentido de Rosalie, o estudo nos olhos do perseguidor, os olhos mortos de Edward quando ele me beijou pela última vez, eu não aguentava vê-los. Então eu lutei contra o meu cansaço enquanto o sol aparecia mais alto no céu.
Eu ainda estava acordada quando passamos por uma pequena montanha através do sol, que agora estava atrás de nós, refletido nos telhados. Eu não tinha emoções suficientes sobrando para ficar surpresa por termos feito uma viagem de três dias em um. Phoenix, as palmeiras, o creosoto inferior, as faixas de pedestres na horizontal no meio da rua, os campos de golfe enfileirados e os splashes de azul turquesa nas piscinas, todos submergiam numa leve névoa baixa, serras de pedra que não eram grandes o suficiente para serem chamadas de montanhas. Era um bom lugar para se visitar, mas não nas atuais circunstâncias.
Bella olhava para fora da janela, sua face sem nenhuma expressão. Eu sabia que tudo o que estávamos passando estava mexendo com ela. Assim como ela se culpava por ter magoado Charlie, eu me culpava por ter colocado ela nessa enrascada.
