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Ayla on

Acordo, mas pode ser sem pressa. Era o que eu falava para mim. Decidi que não iria para a escola, não hoje pelo menos.

Não sei o que fizeram com o Jacob ou se ele contou alguma coisa para Josie e Josie contou para a Hope e por isso ela está brava comigo. Mas decidi que eu não sou forte o suficiente para ver ninguém hoje. Nem lidar com pessoas.

A cortina estava aberta e eu podia ver a luz batendo nas gramas e o céu azul. Eu sabia que alguém ia bater na minha porta em alguns segundos, mas eu não estava muito afim de conversar.

- Posso entrar? - era a Tio Kol.

- Você meio que já tá dentro, então para que perguntar? - eu falei me cobrindo até a cabeça.

Ele se senta do meu lado e puxa a coberta do meu rosto. Ele ri e olha para o colar.

- É princesa - ele começou - Toma mais cuidado pode ser?

- Eu sei tio Kol - eu falei - E eu estava tomando cuidado.

- Não, querida, você não estava - ele falou e passou a mão no meu cabelo - No momento em que você não avisa a ninguém para onde você estava indo, já não estava tomando cuidado. Eu nem vou falar do colar, porque eu entendo o porquê de você ter feito o que fez.

- Desculpa, tio Kol - eu falei - Só não queria preocupar vocês.

- Mas você preocupa - ele falou um pouco mais bravo - Sabe, perder você foi um abalo para todos e ter você de volta é como se tivéssemos mais uma oportunidade de não errar.

- Vocês não erraram - eu disse - E você sabe disso. Não tinha outra solução.

- Eu aprendi que sempre há outra solução - Ele falou - Mas tudo bem, já passou isso. Agora vem cá, que eu vou descer a porrada em você por me deixar uma mensagem que eu chorei. Eu nunca choro, Ayla.

- Foi mal, tio Kol - eu falei - Mas é verdade, você é meu tio preferido, não fala para o Elijah, nem para o Damon e pro Stefan. E outra, você era, por incrível que pareça sabendo a sua história, a pessoa que eu mais confiava. Ainda é.

Eu disse e bati de leve em seu ombro. Eu juro que eu vi uma lágrima escorrendo de seu olho. Ele se virou totalmente para mim e me deu um abraço de urso.

- Kol - Eu falei batendo no peito dele - Sabe... respirar é bom.

- Desculpa, desculpa - ele falou e me soltou. Eu puxei o ar e soltei devagar. - Okay, Eu tenho que ir.

- Tá bom, Kol - eu falei - Me deixa em paz e vai embora.

Ele deu uma leve risada e se levantou. Quando chegou na porta, ele virou e falou:

- Uma única coisa que eu tenho que te falar é: se lembre que a Hope está aqui para qualquer coisa. Ela ficou tremendamente preocupada com você.

E com isso ele saiu do quarto. Sentei direito e voltei a olhar para a janela. Era por isso que ela não falou nada comigo? Ou será que tem mais algum motivo?

Era quase onze da manhã e usando alguém entrou no meu quarto rapidamente. A pessoa não tinha ainda me visto sentada no batente da janela e quando me viu levou um susto.

- Aí meu deus - Rebekah falou - Não me assuste assim, Ayla.

- Desculpa, tia Rebekah - eu falei com um sorriso no rosto.

- Olha, eu posso ter alguns muitos vários anos, e ainda estar viva, mas não quer dizer que eu não posso ter um ataque cardíaco - ela falou colocando a mão no coração.

- Não, você não pode - eu falei ainda sorrindo e dei uma leve risada.

- Você está com esse sorriso bobo na cara, o que aconteceu? - ela falou sentando do meu lado.

- Eu só tava rindo de você - eu falei e olhei para ela.

- Ei! - ela me deu um tapa no ombro de brincadeira.

- Eu to brincando - Eu falei.

- Então - ela falou - Tá sorrindo por que?

- Eu to sorrindo porque você se assustou - eu falei - Foi engraçado.

- Foi mesmo - ela concordou.

Ficamos em silêncio só olhando o bosque que fica do lado da casa. Vimos um veado andando no meio das árvores e só ficamos lá, curtindo o pouco tempo que tínhamos.

Já era uma da tarde quando tia Rebekah se levantou e saiu do meu quarto. Não estava com fome, não ia almoçar e com certeza o tédio já estava batendo.

Decidi sair de casa. Como já estava na janela, e bom, não é tão alto, pulei dali e nem me machuquei. Em choque estou.

Foi andar no meio do mato. Não sei se essa foi a melhor ideia, além de que eu não avisei ninguém. Melhor eu voltar.

Virei e estava voltando quando eu vi uma forma mas sombras. Fui me aproximando e quando distingui quem era já estava meio tarde para voltar pro caminho.

- Ninguém resisti a curiosidade - Ela falou - Acho que a curiosidade deveria ser o oitavo pecado capital, não acha?

- O que você quer? - eu perguntei a moça desfigurada.

- É assim que trata a mim? - ela perguntou e deu um leve sorriso.

- Me desculpa, vossa excelência- eu disse ironicamente e ela avançou em mim. Porém logo recuou quando chegou perto do sol. - Parece que a sua pele se queima, não é mesmo? Interessante, achava que por ser a dona do inferno você não teria uma fraqueza.

- Você não sabe do que está falando, querida - ela disse segurando a mão que tinha queimado - Eu só estou sensível às raios do sol, daqui a pouco poderei pegar o que é meu.

- E o que seria? - eu perguntei chegando mais perto.

- No momento em que eu chegar você saberá - ela falou e logo sumiu.

Voltei para o caminho chegando em casa. Essa mulher acha que me dá medo. E não vou negar, ela da, mas não posso demonstrar isso na sua frente. Estava do outro lado da rua quando vejo Hope chegar em casa com nada mais e nada menos do que as gêmeas, seu namorado e Jacob.

Ótimo. Mas eu tenho que voltar, porque eu não avisei ninguém e aí vão se preocupar e eu vou levar outra bronca. Sai correndo, me esquecendo que agora eu corro extremamente rápido e quase bato na parede. Subo para a janela do meu quarto, e no momento em que sento na minha cama, a porta é aberta e vejo Hope parada na frente da mesma.

- O que foi? - eu perguntei.

- Eu, não só eu, preciso falar com você - ela falou e já foi entrando.

Logo vejo os outros quatro entrando também. E eu não dei permissão para que eles entrem. Senti a raiva subir em mim, fechei meus olhos por um breve segundo tentando me acalmar.

- Olha Hope - Eu comecei - Eu não acho que estou no melhor humor para conversar.

- No momento eu não me importo - ela disse e se sentou no outro lado da cama, e isso só me irritou mais - Você vai ouvir querendo ou não, está me entendendo?

- Acho que agora a garotinha sofrida não está mais tão inocente não é? - eu perguntei ríspida e ironicamente.

Nesse momento, se não tivessem me interrompido ou interrompido Hope, juro que poderia ter aberto a garganta dela. Calma, Ayla, você não é assim. Ela é sua irmã.

A Mikaelson perdida - temporada 2Where stories live. Discover now