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Ayla on

- Adrenalina - eu respondi - Acho que são muitas emoções ao mesmo tempo para eu processar o que está acontecendo. Eu me lembrei de muita coisa em só poucos minutos, foi tipo um tsunami de memórias. Da dor de cabeça. - eu parei e respirei fundo - Desculpa, eu to reclamando muito, né?

- Reclamando? - meu pai perguntou irônico - Eu acho que você ia reclamar mais.

- Vai chegar o momento - eu disse - Agora, eu to tentando colocar em ordem cronológica as coisas.

- Eita - Hope falou - Mas já não veio na ordem certa?

- Eu acho que veio a minha memória com cada pessoa, então tipo como se fossem várias pastas que eu tenho que juntar - eu respondi.

- Um quebra-cabeça - meu pai sussurrou.

- Sim, eu acho - falei - Eu só quero dormir, mas não to com sono.

- Vampiros meio que não dormem - Meu pai falou - Podemos dormir em algumas ocasiões mas por nós mesmos, não conseguimos.

- Ótimo - eu falei.

- Posso te colocar para dormir - minha mãe falou - A Hope faz um feitiço e eu fico com você até dormir.

- Eu acho uma ótima ideia - eu falei colocando as minhas mãos nas têmporas - Hope, você faria isso?

- Sim, Ly - ela me respondeu - Vamos logo.

Chegamos no meu quarto e me deitei na cama. A Hope fez o feitiço e ficou sentada numa cadeira mais afastada. Minha mãe sentou do meu lado e ficou fazendo cafuné enquanto cantarolava uma canção. Dormi rapidamente.

Acordo assustada. Meu quarto está escuro. Olho o relógio. 4 da manhã. Olho para o meu quarto, não tem ninguém. Me levanto e vou para o banheiro, mas sinto que alguém estivesse comigo.

Acendo a luz do banheiro, e vejo uma sombra rapidamente sumir pelo espelho. Olho para trás, não tem ninguém. Volto meu olhar para o espelho e vejo a sombra novamente. Fico a encarando pelo o espelho mesmo eu querendo me virar para me proteger.

Fui chegando mais perto do espelho tentando ver se conseguia distinguir mais alguma coisa. Mas pelo que parecia era só uma sombra. Voltei para o meu quarto deixando a luz do banheiro acessa.

Fiquei zanzando pelo meu quarto, olhava pela janela e via pessoas andando com seus cachorros, ou caminhando sozinhas. Como tinham pique para fazer isso as 4:30 da manhã?

Me joguei na cama e fiquei encarando o teto. A luz do banheiro refletia no teto e fazia formatos estranhos. Olho para o banheiro que não tinha nada, me levanto e aproximo.

- Tem alguém aqui? - eu perguntei. Sim, eu sei, estupida.

Não houve nenhum barulho, como se o tempo tivesse parado. O passarinho não cantava mais lá fora, a barulho da respiração das pessoas e dos animais também.

Não havia nenhum barulho se querer. Somente a minha respiração que cada vez fica mais descompassada.

Aquilo não poderia estar acontecendo. Fixei meu olhar na toalha que estava pendurada na porta e fiquei assim por algum tempo. Nada voltava ao normal. Olhei para o espelho e vi que a sombra estava mais perto. Uma mulher, seu rosto mudava, não ficava em um só.

- Ayla Mikaelson - a voz dela era uma mistura de grotesco com delicado. - A muito te procurava. Você sabia o quão difícil é encontrar uma pessoa que estava em constância mudança e depois morta?

Ela parou de falar e me encarou. Senti um arrepio passar por mim e continuei foçada não mulher a minha frente.

- Nem Hope conseguia te visualizar direito - ela disse, o nome da minha irmã foi arrastado como se fosse uma cobra falando - Ela tentou te esquecer por um tempo. E depois só desistiu.

- Você estava de olho em minha irmã? - eu perguntei imóvel.

- Mas é claro, como mais saberia onde encontrar sua gêmea, Ayla? - ela me perguntou - E além do mais, o pouco de drama que proporcionam para mim é divertido. Mas agora tenho outros assuntos para tratar com você.

- Num primeiro momento, você foi raptada, seus pais perderam esperanças de que te achariam - ela disse - Não te amavam a ponto de te procurar, Ly. - era idêntica a voz da Hope agora - Depois de um tempo, Hope descobre que tinha uma irmã gêmea e começa a procura por ela. Queria dizer a você para agradecer sua irmã, ela me poupou um trabalho e tanto.

Ainda não conseguia me mexer. Nada mais fazia barulho, somente eu e a moça do banheiro.

- Assim que te encontram, mal passam tempo com você, pois foi assim que você apareceu que o caos começou, não é mesmo? - ela perguntou retoricamente - Você morre tentando ajudar gente que você nem conheceu. Você é altruísta não é, querida? Mas enfim, eu não tive nenhuma oportunidade de encostar meus dedos em você até agora. Uma morta-viva tri-híbrida, sabe como isso é interessante para nós? - ela me perguntou - Além do mais, temos que colocar o papo em dia, sabe? Eu acho que os sonhos ainda não foram suficientes para você entender.

- Os sonhos? - eu perguntei - Os meus sonhos? Os que eu matei todo mundo?

- Você não vê, querida? - ela falou - Uma é a causa da destruição e a outra a paz, Yin e Yang. Não reconhece? - ela me pergunta - Sabe, é uma dó, você era a salvação antes de morrer, e agora está propensa a matar.

- Do que você está falando? - eu perguntei entrando em desespero.

- Só saiba que o caos está vindo - ela disse - E para que você cause menos danos, tente manter sua família unida, sabe como é uma laranja podre, apodrece todas as outras. Você é mais esperta do que isso.

- Eu ainda estou perdida - eu falei.

- Você é a menina perdida, não é mesmo? - ela perguntou tornado algo de seu bolso. - Bom, o tempo está a esgotar, fique com esse presente.

Sua mão atravessou o espelho e me entregou um colar com uma pedra brilhante vermelha como pingente.

- E sabe de uma coisa - ela falou - Sa próxima vez que eu voltar, não vai ser para te entregar algo e sim para pegar. Fique esperta.

Ela se virou e pude ver seus chifres saindo de sua cabeça a cada passo que dava para dentro do espelho.

Fiquei encarando o colar. Mas o que ela quis dizer com tudo isso?

A Mikaelson perdida - temporada 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora