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chapter one song;demi lovato - warrior

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chapter one song;
demi lovato - warrior

Shawn Mendes P.O.V


Mais uma vez, o dia se arrastava para mim.

Ultimamente, todos os dias pareciam arrastar-se sem que eu tivesse nenhum
objetivo particular em mente. Minha rotina resumia- se a acordar, ir para a monotonia
do trabalho, aguentar um ou dois puxa-sacos e, finalmente, voltar para casa, esperando que um bom filme passasse na TV a cabo.

Eu já tinha 24 anos. Era diretor de uma das empresas de meu pai, Manuel,
espalhadas pelo mundo. Publicidade, acho eu. Tudo que me limitava a fazer era assinar alguns papéis após perguntar para alguém que entendia do assunto, do que se tratava. Tinha uma reunião ou outra com representantes de quem quer que fosse, não entendia do que se tratava todo aquele papo, mas fazia minha melhor pose de chefe. Ao final, tudo ficar como tinha que ficar. Bastava uma ordem como "Resolva isso imediatamente" a qualquer subordinado, e não haviam mais problemas em meu caminho.

Eu temia está entrando em uma forte depressão, onde não via mais motivos para me enforcar a fazer nada. Eu poderia abandonar completamente o trabalho e não haveriam consequências. Bastava uma palavra minha e as decisões eram tomadas. Presente ou ausente na empresa, eu continuava sendo o chefe direto. Tinha dinheiro de sobra, vivia com muito luxo, sempre rodeado de pessoas ricas, esnobes e com a péssima mania de serem falsas e mesquinhas.

Eu era, portanto, um homem rico, poderoso e infeliz.

Minha vida amorosa era inexistente. Eu podia ter as mulheres que quisesse, pelo preço que quisesse, o que, normalmente, eu fazia. Mas ninguém me dava a emoção de um sentimento forte e real. Algo que me desestabilizasse completamente, que me
fizesse parecer muito menos do que eu sou. As mulheres as quais eu pagava não despertavam em mim nada além de uma ereção. Podia ser o suficiente durante uma noite, durante algum tempo. Mas o fato era que eu estava cansado disso.

Eu via em volta pessoas com muito menos que eu, e, ao mesmo tempo, muito mais felizes. Via o que um relação sólida fazia com as pessoas. Os sorrisos, o brilho nos olhares. E cada vez que eu constatava que não havia nada disso para mim, eu sucumbia ao fracasso pessoal. Poderia ir à busca de mulheres certas e decentes, mas todas que achei eram interesseiras.

Não que eu fosse um daqueles empresários idosos, ricos e com uma tara esquisita por colegiais. Eu, de fato, era atraente. Conseguia notar que chamava a atenção
de um número grande de mulheres. Mas a verdade é que, mesmo com o mínimo de
beleza, ficava claro que todas elas se aproximavam de mim por causa do dinheiro que eu possuía.

Eu cometi o erro da inocência quando me apaixonei pela primeira e última vez.

Fiz planos de casamento, família, vida.

E ela me abandonou com as joias, carro, casa e conta bancária que eu havia, de bom grado, oferecido a ela. Foi fácil arranjar um bom dinheiro com isso. A próxima notícia que tive foi que ela havia fugido pra algum lugar do mundo.

Com o meu melhor amigo.

Eu, até hoje, estou aqui.

Por esse motivo, decidi levar uma vida leviana, já que uma vida séria não havia
me dado resultados positivos.Com toda a esperança de uma relação amorosa real perdida, não demorou até eu me render ao álcool e a mulheres fáceis. Com pouco dinheiro, conseguia mulheres todos os dias.

Era fácil, era prático.

E era indolor.

Camila Cabello P.O.V

Mais um dia. Mais um pesadelo.

Com 20 anos, eu sou, atualmente, a mulher mais jovem da Casa de Tanya. Sou também a novata. Todas lá já se conheciam de longa data, eram amigas e compartilhavam da ideia de que lá era o melhor lugar do mundo, pois se sentiam protegidas e desejadas.

Todas eram, de fato, desejadas. Algo comum em casas de prostituição. Havia me mudado para lá há 2 semanas, fazendo com que aquela casa grande e parecendo até aconchegante, fosse tanto meu novo ambiente de trabalho, como minha nova casa. Eu acordava, trabalhava e dormia dentro daquelas paredes. Minha vida se resume a isso.

Quando Tanya me encontrou na rua, trabalhando independentemente, disse que poderia me oferecer uma grande oportunidade. Havia uma vaga em sua mansão, lugar eu apenas homens ricos e poderosos frequentavam. Aparentemente, para ela, era um desperdício vender meu corpo por tão pouco. Eu não era exatamente feia, tinhas alguns traços delicados e uma pele, segundo alguns clientes, de seda. Era tão clara que poderia ser facilmente confundida com uma boneca de porcelana, com a única diferença de que eu não era tão facilmente quebrável.

Não por fora, pelo menos.

Minha vida vem sendo um inferno durante muitos, muitos anos.

Aos 10, meu pai, Alejandro, foi vitima fatal de um assalto. Levou dois tiros no peito, embora não houvesse demonstrado resistência. Isso foi à gota d'água para minha mãe Sinuhe, viciada em fortes remédios antidepressivos, se entregar completamente à depressão.

Com o pouco de dinheiro que tínhamos, fui obrigada a abandonar a escola e me virar para tomar conta da casa, enquanto minha mãe teve que sustentar a nós duas, arranjando um emprego de garçonete em um restaurante de beira de estrada. Cinco anos depois, conheceu um sujeito que acabou com a sua vida, apresentando-a ao mundo do álcool e das drogas. Além de ir morar conosco, gastava todo o dinheiro que minha mãe com bebidas e mulheres. Tudo isso trouxe a morte precoce de minha mãe, e minha fuga para o mundo, com 17 anos.

Embora tentasse de todas as maneiras levar uma vida digna e estável, não me era possível tornar qualquer sonho real.

Descobrir que minhas tentativas para arranja um emprego nunca davam certo, e
só então eu entendi que minhas virtudes com pessoa não importavam, mas sim minha aparência e meu corpo. Sem bons estudos e com poucas opções, já estava cansada de viver uma vida vazia. Embora a vida que eu estivesse preste a agarrar agora apagasse totalmente minha dignidade, ao menos eu poderia alugar uma casa, saindo dos abrigos em que ficava durante as semanas.

Passei então a cobrar por "favores sexuais". Sim, é algo extremamente humilhante asqueroso. Depois de todo esse tempo, minha visão desse quadro ainda não mudou. Sentia-me suja e digna de pena em cada pequeno e vazio dia de minha vida. Mesmo assim, consegui encontrar e manter um apartamento pequeno, com um colchão, uma TV e uma geladeira velha. Não era muito, mas eu tinha um lugar para morar.

Até que Tanya me encontrou em uma certa noite, me propondo mudanças.
Então, aqui estou.

Trabalhando para Tanya, cada uma de nós fica com 65% dos lucros provenientes de nossos clientes, enquanto ela fica com os 35% restantes de cada uma, para manter a casa. Acabou se tornando um bom negócio para mim, já que estava acostumada a cobrar bem menos pelos programas que oferecia. Mesmo abrindo mão de 3/10 do meu salário, eu mantinha condições de vida melhores. Era bem tratada, atendia clientes sempre muito elegantes e morava em um lugar confortável.

Era algo que eu conseguia manter.
Ainda assim, era algo que me matava aos poucos.

A cada maldito dia da minha vida.

𝐒𝐮𝐝𝐝𝐞𝐧𝐥𝐲 𝐋𝐨𝐯𝐞 Where stories live. Discover now