— Então o seu plano não seria para agora? — Bruno não demonstra qualquer surpresa.

— Não, deveria ser mais ensaiado e demorado, porém, eu não queria impedir vocês.

— E por que demoraria mais?

— Eu queria mais sofrimento para os culpados, estou tendo que matar rapidamente agora.

— Corte de cabeça e retirada de coração é ser rápido?

— Espero que não achem que comi o coração. — rio um pouco e Bruno apenas arqueia a sobrancelha pra mim, ele não é fácil de ser surpreendido e, aparentemente, não teme. — Ali estava cheio de bichos, vi uma raposa com o coração de Janice na boca, acho que seu órgão chegou a ser comido. Não achem que sou um canibal, não sou louco para tanto.

— Ah... — apenas assente. — Ok.

— E sim, foi rápido, para a minha lamentação. Uma surra ali, outra aqui, depois matei. Meio sem graça, na verdade.

— Não é a primeira vez que faz isso, desconfiava até que você fosse um capanga dos Bianchi. Porque tudo o que fez é coisa de gente experiente, assim como Morgana.

— Não me ofenda, garoto. — agora eu posso começar a me irritar com esse cara. — Morgana nunca foi e nunca será uma profissional. Aquela lá é uma idiota, foi ela que me fez entender que Melina não está morta.

— No entanto, Morgana estava ao lado de Melina.

— É bom brincar com o psicológico de Morgana, foi minha diversão ver como ela odeia a neta e ainda tinha que comer na minha mão para que eu não desconfiasse dela.

— Então agora saberei de Melina?

— Tem uns três ou quatro anos que estamos convivendo. Eu entendi a desconfiança de vocês sobre minha mudança súbita de vida após a morte de Melina, realmente, parece que ganhei algo com aquela tragédia. Na época foi tudo um caos, Pamela já contou sobre isso. Eu preciso contar uma parte da minha vida para que entenda algumas das minhas ações. Não é a hora de contar tudo, mas algumas partes sim.

Olho para os lados. As pessoas estão distantes, cuidando de suas crianças ou jogando dominó em uma distância segura para que eu conte minha história, ou melhor, uma parte dela.

— Fui criado em um lar bastante conturbado. Pamela falou sobre eu ter uma mãe prostituta e Morgana ter sido uma. Isso não seria tão perturbador se eu não tivesse tido uma família inteira perturbada das ideias. Anos depois veio Adriana e Pamela, eu gostei de Adriana e fiquei feliz com a segunda gravidez, porém, veio uma confusão com meu irmão e ele é o pai de Pamela. Mais perturbação na minha mente, meu irmão que sempre amei era um estuprador e eu o matei...

— Foi você?

— Claro, eu era o irmão, eu tinha que matá-lo por estragar a vida de Morgana, a de Pamela e a minha.

— Como seu irmão estragou a vida de Pamela?

— Deu uma mãe de merda a Pamela, uma gravidez que Morgana não queria. Eles realmente não tinham um caso, eu gostava de perturbar Morgana acusando-a de traição, porém, ela foi estuprada. Morgana queria que eu sentisse ciúme dela com meu irmão, mas ela realmente foi estuprada.

— E você perturbava uma vítima sendo que matou o algoz dela? — agora sim eu percebo um receio na voz de Bruno.

— Morgana merece isso e muito mais. Voltando ao assunto. — pigarreio. — Antes disso Morgana já era bastante trapaceira, armava para um e para o outro. Ela achava que eu não sabia. Eu era uma alma perdida, mas acreditava que poderia mudar e encontrar a luz.

Uma família para o mafioso - Em busca da filha perdida (Livro 1 e 2)Where stories live. Discover now